Foram detidos pelo serviço de investigação Criminal (SIC), em Luanda, um total de quatro cidadãos de nacionalidade chinesa que se dedicavam à prática ilegal de transição de moedas virtuais, vulgarmente conhecidas como bitcoin, no município de Cacuaco. Nesta acção, foi detido também um angolano
A informação foi avançada pelo director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC-Luanda, superintendente-chefe de investigação Criminal Fernando Carvalho, que explicou os meandros das actividades marginais da associação criminosa liderada pelos cidadãos chineses.
O oficial do SIC adiantou que, pela prática referida, os implicados estão a ser indiciados em pelo menos seis crimes diversos, dentre os quais furto de energia, branqueamento de capitais e corrupção activa. “ [Estão] implicados, descritivamente, nos seguintes crimes: furto de energia, actividades económicas ilícitas, fuga ao fisco, branqueamento de capitais, danos ao ambiente e corrupção activa a funcionário”, descreveu.
De acordo com Fernando Carvalho, as actividades que violam as leis vigentes no país eram desenvolvidas no interior de um espaço físico pertencente a GAB- Comércio e Indústria LDA, arrendado pelas Organizações Criochan Comércio e Prestação de Serviços.
As diligências que culminaram com a detenção dos envolvidos foi conduzida pela Direção de Combate aos Crimes de Corrupção do SIC, através do seu Departamento de Observação e Avaliação de Riscos, que, no decurso das suas actividades operativas, tomou conhecimento dos factos.
“Foi possível a detenção, em flagrante delito, de quatro cidadãos, dentre os quais três de nacionalidade chinesa e um de nacionalidade angolana, com idades compreendidas entre 24 anos e 38 anos, no interior do referido espaço”, frisou, sem referir o quarto cidadão da China, que é esclarecido mais tarde.
Tentativa de corrupção com cinco milhões de kwanzas
Um outro cidadão de nacionalidade chinesa fez-se presente no local, onde se procediam as detenções, em posse de cinco milhões de kwanzas com os quais tentou corromper o grupo de investigadores que se encontrava a trabalhar no espaço, em troca da liberdade dos seus comparsas. No entanto, Fernando Carvalho referiu que a acção foi imediatamente frustrada pelos operacionais, que, na sequência, de- tiveram o indivíduo em causa pela prática do crime de corrupção activa a funcionários.
De acordo com o porta-voz do SIC-Luanda, o mesmo grupo foi surpreendido por um cidadão nacional, que de forma arrogante e desrespeitosa alegou ser dono do estabelecimento, comissário da Polícia Nacional, e advogado, pelo que ordenou a retirada das algemas aos detidos, deixando-os em liberdade. Explicou que as orientações não foram cumpridas, sendo que, de seguida, o cidadão acabou, igualmente, detido pela prática do crime de participação económica em negócio e abuso de poder associados à corrupção.
“Cumpridas as diligências no local, aferiu-se ser, sem sombra de dúvidas, uma associação criminosa devidamente organiza- da e que usavam algumas figuras como “testas de ferro” para satisfazerem os seus maléficos anseios”, avançou. O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC-Luanda fez saber que, mediante os factos, os envolvidos foram presentes ao Ministério Público para os trâmites ulteriores.