Quando entrar em cena, a partir de 25 de Outubro próximo, a referida plataforma digital predispõe-se a funcionar como um escritório virtual, cuja missão será apoiar, principalmente, os advogados que não têm condições para tal
Edson Venâncio, co-fundador desta organização, garantiu a OPAÍS que a sua instituição dará a todos os especialistas da área de advocacia a oportunidade de prestarem serviços a utentes ou clientes, contando com uma intermediação virtual da QLEGAL. “Para isso, os advogados e estagiários que não têm dinheiro para arrendar um espaço devem aderir à plataforma, através dos seus dispositivos electrónicos ou digitais.
Com este procedimento, estarão a ganhar, de forma directa, uma secretaria digital, um pacote de apoio à medida das exigências dos seus trabalhos, e uma biblioteca”, disse. O integrante da direcção da QLEGAL lembrou que essa solicitação pode ser feita em qualquer parte do país, onde o interessado se encontre, tendo deixa- do expresso que a disponibilidade desses serviços aos advogados que se encontram no estrangeiro já está a ser pensada.
Aliás, Edson Venâncio referiu que, apesar de estarem a algumas semanas do lançamento do projecto, a plataforma já recebeu a solicitação de um número considerável de juristas que exercem a advocacia, uma proeza que contou com a mediação da Ordem dos Advogados de Angola (OAA). Falou também do interesse manifestado por advogados dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), numa clara intenção de demonstrar o quanto a sua organização já está a atrair especialistas nacionais e internacionais. “Gostava de informar que, até alguns países ao nível dos PALOP’s, ao tomarem conhecimento dessa criação, já solicitaram um lançamento da QLEGAL nas suas terras”, gabou-se o dirigente da plataforma digital.
Segundo avançou, até os estudantes finalistas do curso de direito que optarem pela advocacia, já têm um horizonte de ocupação efectiva que lhes permitirá trabalhar como advogados, desde que cumpram com os pressupostos de se inscreverem na Ordem. O processo de adesão ao programa daquela que se afirma como a primeira e única instituição do género, em Angola e em alguns países do PALOP’s, vai custar ao bolso dos interessados um valor a partir dos 35 mil kwanzas.
Contas de clientes a 70 por cento
Quanto à ajuda que a sua organização vai prestar aos que precisam de um advogado, Edson Venâncio disse que aos clientes ou utentes, a instituição reserva um apoio que vai permitir aos mesmos prestarem uma contribuição financeira de 70 por cento dos serviços que requerem. “Não importa em que parte do país eles estejam. Desde que entre em contacto connosco a solicitar um advogado para certo serviço, a instituição vai mediar a localização de um especialista, entre os seus filiados, que tenha o perfil correspondente ao do nível do problema apresentado e eles só terão de pagar 70 por cento da conta que o mercado pratica”, disse Edson, que revelou a dificuldade que a sua equipa teve para convencer os advogados a aceitarem esse preço.
Apesar de os responsáveis da QLEGAL terem consciência de que os serviços de advocacia são caros, eles influenciaram os advogados a considerarem a vantagem de ganharem pouco a pouco com muitos, em vez de obterem muito com poucos. Entretanto, sublinhou que os utentes terão um pacote inicial promocional grátis, sendo que, tão logo evolua o processo, a seu favor, se passe a prestar a referida contribuição estipulada pela plataforma digital.
Questionado se, em função das carências de vária ordem dos angolanos e dos problemas de rede de internet, a QLEGAL projectou outras alternativas para os que não encontrarem conforto nessa modalidade, Edson Venâncio informou que, em face disso, a sua instituição teve de se reinventar, ao ponto de optar por receber também chamadas e mensagens telefónicas. Finalmente, o interlocutor de O PAÍS fez saber que a iniciativa da organização se enquadra na preocupação global de robotizar ou digitalizar os serviços, diminuindo-se os trabalhos por via da força humana, porque o caminho a fazer-se é este.