O referido programa é de carácter de emergência e será financiado pelo Fundo do Ambiente e fontes internas e externas, no âmbito das acções de protecção e preservação da espécie que actualmente conta com menos de 200 cabeças.
POR: Domingos Bento
O valor global, 316 milhões de Kwanzas, está orçado para implementar as medidas e programas de emergência que visam proteger e preservar a Palanca Negra. Vai servir ainda para a reabilitação dos acessos e das infra- estruturas básicas de apoio ao Parque Nacional de Cangandala e da Reserva Natural Integral do Luando, pagamento ao pessoal, aquisição de meios técnicos, meios rolantes, instalação do acampamento de investigação, despesas com água, energia, e telecomunicações. Segundo Vladimir Russo, coordenador da Unidade Técnica do Comité Executivo para Acompanhamento e Reforço da Implementação das Medidas de Protecção e Conservação da Palanca Negra Gigante, a espécie está em vias de extinção, com uma cifra abaixo dos 200 animais.
Por este motivo, urge implementar este programa de emergência, protecção e defesa da espécie. O programa vai agregar acções viradas para a sobrevivência e a reprodução dos escassos animais desta espécie que ainda existem. Para Vladmiro Russo, à margem do workshop sobre o programa de protecção da Palanca Negra, realizado ontem, numa das unidades hoteleira de Luanda, refere que o valor não é ideal, porém é o mínimo que se pode fazer para implementálo, no âmbito do plano de emergência a ser desenvolvido no biénio 2018/2019.
Aquele montante será insuficiente para investir na competência e nos recursos humanos locais, devendo o pessoal expatriado intervir apenas nas áreas em que se constatar alguma escassez de técnicos angolanos. Segundo o responsável, infelizmente, com o valor orçamentado não será possível vedar o Parque Nacional de Cangandala e da Reserva Natural Integral do Luando, pelo que se receia pela infiltração de caçadores furtivos, que ao longo de todos esses anos têm atentado contra a conservação da espécie. O plano de fiscalização vai ser reforçado com meios aéreos e terrestres, para desencorajar acções que coloquem em risco a vida da Palanca Negra. Para os próximos dias, avançou o ambientalista, a Unidade Técnica começará a trabalhar nas acções de angariação de fundos, designadamente junto ao Fundo do Ambiente, parceiros nacionais e internacionais que estão empenhados nesta causa. “Em termos de disponibilidade financeira, actualmente não temos nada. Estamos agora à espera do Fundo do Ambiente e de outros parceiros, porque estes representam a nossa fonte de financiamento”, sublinhou.
Lei da Caça furtiva à caminho
Por seu lado, a ministra do Ambiente, Paula Francisco, designou que é tarefa de todos proteger a Palanca Negra. Nesse âmbito, sublinhou, embora ainda não exista disponibilidade financeira, algumas acções coordenadas com diversos órgãos ministeriais já estão em curso visando a protecção e preservação dessa rara espécie. Paula Francisco apontou o empenho dos serviços de defesa e segurança, nomeadamente o Ministério da Defesa e o Interior que no âmbito das suas especificidades, vão actuar nas tarefas de apoio às medidas de protecção do animal. Paralelamente, os governos provinciais, com destaque para os de Malange e do Bié, segundo a governante, desenvolvem acções em coordenação com o Ministério do Ambiente Segundo a governante, a caça furtiva tem sido um grande mal em todo esse processo. Para o efeito, avançou, está a ser elaborada a Lei Nacional da Caça Furtiva que vai definir e penalizar todas as acções neste sentido. A referida Lei encontra-se em fase de recolha de contribuições, as quais brevemente serão submetidas à discussão pública. A Federação Angolana de Futebol (FAF) passará a levar a imagem da Palanca Negra Giganta em todos os jogos que fazer no exterior, segundo a governante.