O projecto de Acção para promoção de empregabilidade (PAPE), actualmente em implementação no município de Buco-Zau, em Cabinda, está a promover o auto- emprego no seio da juventude local. O projecto já tirou do desemprego 116 jovens, que estão a empreender agora nas áreas de carpintaria, electricidade, jardinagem, corte e costura, serralharia, pintura, construção civil, serralheria, dentre outras
116 jovens com diversas especialidades profissionais beneficiaram de kit’s profissionais no quadro do Projecto de Acção para Promoção de Empregabilidade que está a ser implementado no município de Buco-Zau. Deste número, segundo apurou o jornal OPAÍS junto da secreta- ria municipal de Desenvolvimento Económico Integrado do Buco- Zau, um grupo de 18 jovens beneficiaram de kites de pedreiro, 30 jovens de carpintaria; corte e costura (14), electricidade (7), pintor (3), canalização (10), serralharia (2), ladrilhagem (3), jardinagem (5), cozinha e pastelaria (5), cabeleireiro (14), agricultura (4), manicure e pedicure (1).
Victor Serafim, secretário municipal de Desenvolvimento Económico Integrado do município, disse a este jornal que o objectivo do programa é o de promover o auto-emprego no seio da juventude, no quadro da experiência profissional que cada um dos jovens tem, uma vez que muitos deles têm iniciativas e precisam de apoios para exercer a sua actividade, ou a sua profissão.
“O projecto surge para apoiar a iniciativa desses jovens no quadro da empregabilidade. Ao jovem é dado essa ferramenta e ele pode também, por sua vez, empregar outras pessoas, promovendo, as- sim, o auto-emprego.” Ao nível local, segundo Victor Serafim, a administração municipal está a criar junto dos jovens que beneficiaram dos kit’s profissionais pequenas cooperativas por especialidades para ajudá-los a rentabilizar os meios recebidos e terem rendimentos. “Por exemplo, os 18 jovens que receberam os quites de pedreiro repartimos esse número em quatro cooperativas de construção civil constituídas por pedreiros, carpinteiros, electricistas, pintores, canalizadores, serralheiros e ladrilhadores.
Quando haver alguma obra de construção civil estes serão chamados para executar a empreitada e todos beneficiam, deste modo, dos rendimentos dessa empreitada”, explicou. Para Victor Serafim, o emprego não se resume em trabalhar na função pública, tal como mui- tos jovens têm vaticinado e lutado para entrarem no funcionalismo público. “Os jovens que têm iniciativa empresarial podem muito bem aplicar os seus conhecimentos profissionais no empreendedorismo.
É por isso, que o Executivo incentiva e ajuda esses jovens, dando-lhes kit’s profissionais para empreenderem as suas actividades.” No quadro do desenvolvimento económico do município, segundo fez saber a este jornal Victor Serafim, a sua instituição tem feito visitas para cadastrar as pessoas que exercem actividades económicas no sector informal, com o intuito de sensibilizá-las a formalizar os seus serviços. Formalizando essas actividades, de acordo com o nosso entrevista- do, facilitará a concessão de créditos e a aquisição de documentos para a sua legalização, passando do mercado informal para o formal no quadro do Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI).
“Saindo do mercado informal para o formal evitará a fuga ao fisco, na medida em que muitos exercem actividade económica no município, e não só, sem, no entanto, estarem registados na Administração Geral Tributária (AGT). Assim, os redimentos obtidos não entram na estatística da economia formal e, em prejuízo, nenhum valor é arrecadado pelo Estado. O nosso papel é tirá-los do sector informal para o formal.”
Apoio ao crédito
Outra acção em execução no município de Buco-Zau tem a ver com o Projecto de Apoio ao Crédito (PAC). Neste âmbito, três cooperativas agrícolas já beneficiaram, através deste projecto, 45 milhões de kwanzas, à razão de 15 milhões de kwanzas cada uma delas. Com o dinheiro do crédito recebido, as referidas cooperativas agrícolas estão a investir em projectos de fomento da aquicultura criação de pequenos animais, tais como porcos, cabritos e galinhas, bem como na agricultura familiar de subsistência. Para ajudar os agricultores e camponeses locais, segundo Victor Serafim, têm sido realizadas feira de promoção da produção local para facilitar o escoamento e a venda de produtos, auxiliando, deste modo, os homens do campo a angariarem receitas financeira para o seu sustento.
O nosso interlocutor falou, igualmente, do projecto Simplifica, que no quadro da transferência de competências, está a ajudar o município de Buco-Zau a ultra- passar dificuldades, sobretudo, na aquisição de alguma documentação localmente. “Temos estado agora a emitir alvarás comerciais e de prestação de serviços mercantis, o que está a dar sucesso a nível do município. No passado, para emitir um alvará comercial o cidadão tinha de deslocar-se para a cidade de Cabinda e, isto já não acontece, já emitimos localmente. Isto é um ganho muito grande”, rematou Victor Serafim
POR: Alberto Coelho, em Cabinda