Actuando numa área total de 105 km de costa, distribuída pelas províncias do Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza-Sul, Benguela e Namibe, o projecto Kitabanga apresentou recentemente o balanço das suas actividades, na temporada 2023-2024.
Ao longo da costa de todas as províncias em que o projecto abrange, foi somado um total de 2.380 ninhos e encaminhados ao mar um total de 219 mil neonatos de diversas espécies.
Além da pressão marítima, a pesca artesanal foi também apontada como um dos grandes constrangimentos ao longo das costas em que o Kitabanga abrange.
A pesca do animal envolve vários factores e os principais são a alimentação e a venda da carapaça, que normalmente é utilizada no artesanato.
De acordo com a técnica da província de Luanda, Nádia de Pina, o projecto abrange quatro pontos costeiros que são as Palmeirinhas, o Kwanza, o Sangano e a costa do Cabo Ledo.
O maior constrangimento têm registado na região do Kwanza, onde acolhem uma área de 9,6 km. “A pesca artesanal e a industrial, que resultam na captura das tartarugas, tanto de maneira acidental, como propositada, são um problema.
Não descartamos também a pressão antrópica na região, que dificulta o processo de desova das tartarugas marinhas, assim como a vandalização das maternidades por parte das comunidades locais e a poluição nas regiões de desova”, disse.
As outras províncias apresentam os mesmos constrangimentos e o projecto tem procurado intensificar as campanhas de sensibilização sobre a importância de se preservar estes seres.
Em termos de produtividade, as costas registaram a desova de duas espécies de tartarugas, nomeadamente a tartaruga oliva e a de couro.
De salientar que o projecto Kitabanga (Estudo e Conservação das Tartarugas Marinhas em Angola) é da Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto, implementado desde 2023, em parceria com a fundação Kissama e, mais recentemente, com a Universidade do Namibe.