Veteranos do partido dizem que a posição do porta-voz, Marcial Dachala, sobre a recente proibição do uso da terminologia Galo Negro, não reflecte o sentido e a essência histórica da organização, pelo facto de a marca Galo Negro ser um modelo que, desde a sua fundação, sempre caracterizou a UNITA
Veteranos do partido dizem que a posição do porta-voz, Marcial Dachala, sobre a recente proibição do uso da terminologia Galo Negro, não reflecte o sentido e a essência histórica da organização, pelo facto de a marca Galo Negro ser um modelo que, desde a sua fundação, sempre caracterizou a UNITA
A recente posição do porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, que, esta semana, proibiu que se tratas- se a UNITA por “Galo Negro”, abriu um clima de crispação no seio das diferentes alas do maior partido político na oposição. Veteranos do partido dizem que a posição de Marcial Dachala não reflecte o sentido e a essência histórica da organização, pelo facto de a marca Galo Negro ser um modelo que, desde a sua fundação, sempre caracterizou a UNITA.
Neste sentido, o considerado grupo dos “mais-velhos” da UNITA deixaram claro que não alinham no posicionamento de Marcial Dachala e reiteram que o Galo Negro, um dos símbolos da bandeira do partido fundado por Jonas Savimbi, continua a ser uma marca indelével. Em declarações ao jornal OPAIS, Samuel Chiwale, histórico e veterano do partido, deixou claro que a marca Galo Negro continua a ser um símbolo de identificação rápida da organização, pelo que repudia quaisquer tentativas que venham a alterar o sentido da ordem.
“A UNITA sempre foi o partido do Galo Negro. Eu não sei aonde é que o senhor Marcial foi encontrar essa expressão. Não alinha com a linha política da UNITA. A UNITA continuará a ser o Galo Negro”, desabafou. Outro histórico veterano do par- tido, que não quis se identificar, lamentou o facto de o porta-voz do partido estar a desviar o foco de um projecto político criado há anos e que já conquistou o carinho dos angolanos. “Assim como o MPLA é chamado partido dos camaradas, nós, UNI- TA, somos tratados por partido do Galo Negro. Não vejo problemas nisso. aliás, é a nossa marca. eu não sei aonde ele foi buscar esse entendimento”, lamentou.
Marcial Dachala reeitera proibição
Já Marcial Dachala, porta-voz da UNITA, assegura não mudar a sua posição pelo facto de assegurar estar certo no que defende. Em declarações ao jornal OPAIS, Marcial Dachala disse estar consciente que o Galo Negro constituí um dos símbolos da UNITA, mas que, entretanto, as pessoas fazem um mal uso da terminologia quando se querem referir ao partido. Segundo o político, muitas pessoas usam a terminologia Galo Negro de forma depreciativa e pejorativa para se referir à UNITA, pelo que, frisou, vai continuar a repudiar quem assim proceder.
Para o político, o Galo Negro é um dos símbolos da bandeira do parti- do e não designação total como algumas pessoas fazem passar a mensagem. “O nosso partido é UNITA e não Galo Negro. As pessoas devem dizer partido UNITA e não Galo Negro apenas”, reforçou.
Consciente das incompreensões
Por outro lado, Marcial Dachala disse estar consciente das incompreensões que o seu posicionamento está a gerar no seio da UNITA e da sociedade, mas assegura estar a defender o respeito e a imagem do partido “Eu sou alérgico quando tratam a UNITA por Galo Negro. Eu sinto, até camaradas meus estão indignados comigo”, frisou.