Desde o ano de 2021, altura em que foi criado, o programa nacional de estágios do Instituto de Desenvolvimento Local-FAS recebeu 441 jovens, deste número 264 foram mulheres. Este programa tem servido como trampolim para muitas mulheres que querem tornar-se empreendedoras nos mais variados sectores
O programa de estágios, que teve início em 2021, e que tem abrangência nacional, leva os estagiários a estarem envolvidos em diferentes projectos da instituição, com o propósito de proporcionar experiência de trabalho a jovens finalistas e recém-licenciados. Segundo a coordenadora nacional de estágios comunitários do Instituto de Desenvolvimento Local, Lucinda Miguel, este pro- grama conta com 44 instituições do ensino superior, entre públicas e privadas, que de tempo em tempo enviam os alunos com média igual ou superior a 14 valores, e idade compreendida entre 18 e 30 anos de idade, como candidatos.
Visto como uma extensão uni- versitária nas comunidades, um total de 441 jovens, de entre eles 264 mulheres estagiaram e foram enquadrados nos diferentes projectos da instituição. “Os estagiários têm-se mostrado alia- dos na implementação dos pro- gramas desenvolvidos. Depois de terminado o estágio, muitos enveredam para o empreendedorismo, criam os seus pequenos negócios — farmácia, mecânica, orientação de projectos, pastelaria, hamburgaria, cantinas, salão de beleza, etc.”, disse.
O programa de estágios é volta- do ao género feminino, uma vez que, num grupo de três admitidos, dois indivíduos são mulheres, e de maneira a facilitar a locomoção todos recebem um subsídio de 50 mil kwanzas por mês. Quando estão no campo o valor é igual a de um efectivo do FAS. Estudante do Instituto Politécnico do Cuanza-Sul, Joaquina Fernando, 25 anos, é uma das estagiárias do FAS. Está há um ano na instituição e, durante este período de estágio, diz ter ganhado muita experiência.
Teve dificuldade de se adaptar em várias localidades onde que passou, o mau estado das vias de acesso também tem representado um constrangimento, mas estes desafios têm trazido valências para a técnica superior de enfermagem. Joaquina conta que aprendeu a falar melhor em público, a se relacionar com a comunidade e com os colegas. “Quando fui contacta- da pela directora Carolina Sanito, pensei que o estágio estava relacionado com a minha área de formação, mas encontrei uma realidade completamente diferente, pois que passei em outras instituições onde também fui estagiária”, disse ela, que teve de superar este obstáculo. Joaquina está a criar condições de criar o seu negócio no ramo da saúde, assim que terminar o estágio.
Estágio contribui na humanização dos beneficiados
Numa outra da província, no Cunene, conhecemos Maria Morais, 27 anos de idade, formada em serviços sociais pela Universidade de Luanda, que é estagiária na área de salvaguarda, social e ambiental. Tecnicamente, Maria atende as chamadas dos beneficiários do programa Kwenda, a nível nacional. Disse que o trabalho é desafia- dor, pois tem de lidar com pessoas de diferentes culturas, algumas não falam português, e muitas vezes pedem apoio aos seus colegas neste sentido.
Por dia chega a atender aproximadamente 50 chamadas, sobretudo quando uma determinada província está a efectuar os pagamentos do programa Kwenda. As questões são, entre outras: Como podem fazer parte do projecto? Quem são os beneficiários que receberam cartões Multicaixa, queixas de cartões Multicaixa retidos ou sem nenhum valor para ser levantado? Demora em receber os valores? Por ter estagiado em duas áreas distintas, Maiumba Francisco, um jovem licenciado em Comunicação Social pela UPRA, disse que actualmente tem uma visão diferente da que tinha anteriormente sobre a vida de uma determinada população. Hoje, facilmente consegue enquadrar-se numa determina região ou comunidade, tem mais compaixão pelo próximo e consegue perceber que o que é pouco para si pode ser muito para o outro.