Valdirmo Japão, professor, de 37 anos de idade, foi brutalmente espancado depois de ter sido confundido com um marginal, no bairro da Machiqueira, arredores da cidade do Lubango, na noite da última sexta-feira. O professor não resistiu ao espancamento e conheceu a morte na segunda-feira, 05
Nos últimos tempos, tem vindo a crescer o número de casos de justiça por mãos próprias um pouco por todo o país, onde a capital Luanda é líder nestas práticas, consubstanciadas na queima de supostos marginais e o linchamento de outros. Desta vez, o facto aconteceu na cidade do Lubango, capital da província da Huíla.
O jovem professor, colocado no município dos Gambos, encontrava-se a conviver, em companhia dos amigos e familiares, onde conheceu uma outra jovem, tendose, de seguida, oferecido a acompanhá-la até à sua residência, próximo do local de convívio.
Jorge Costa dos Santos, primo da vítima, conta que esteve com o seu primo horas antes de ter sido espancado, após ter sido confundido com marginal. “Ele estava embriagado, tinha deixado o seu cartão multicaixa e o seu telefone num bar, como garantia de que voltava. Só que ele entende regressar à casa da moça para recuperar o seu telemóvel, mas confunde os portões.
Bateu num portão errado, e quando os proprietários saíram, ele disse que vinha a busca do seu telemóvel”, conta. Sem ser entendido, e porque estava bêbado, aqueles que abriram a porta partiram logo para agressão, amarraram-no e, apesar de tentar se explicar e provar que era alguém conhecido no bairro, a tortura não parou.
A nossa fonte disse que, depois de amanhecer, apareceu um dos filhos do proprietário do quintal em que estavam os agressores, que reconheceu a vítima e apercebeuse de que se tratava realmente de um vizinho. Jorge Costa dos Santos revelou que o seu primo foi levado para 3.ª esquadra, na manhã de sábado, já em estado grave, fruto das agressões de que foi vítima. Encaminharam-no ao Hospital Central do Lubango, onde veio a falecer no princípio da noite da última segunda-feira, 05.
Agressores foram soltos
Segundo o entrevistado, os supostos agressores, depois de detidos no Hospital Central do Lubango, os mesmos foram encaminhados para o Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), que abriu um processocrime registado sob o número 539, tendo de seguida sido encaminhados a um magistrado do Ministério Público.
“O meu primo estava mal e irreconhecível, voltamos para a esquadra, com as fotos e vídeos da agressão. No domingo, eles foram levados ao DIIP, infelizmente o nosso parente acabou por morrer, às 19 horas. E nós fomos informados, para a nossa surpresa, que os agressores, que tinham sido detidos, foram soltos. Queremos saber como é que o Ministério Público solta alguém que agrediu uma pessoa que se encontrava em coma”, questiona.
POR:João Katombela, na Huíla