O Bloco 1 foi o maior produtor no período em análise e Cabinda foi a rama angolana mais valorizada, numa altura em que as cotações do crude nos mercados internacionais estiveram em queda, por conta da valorização do dólar
Angola produziu um volume total de 34,104 milhões de barris no mês de Dezembro, uma média de 1,100 milhões de barris por dia (MBPD), representando um aumento de 5% em relação ao mês de Novembro, em que foi registada uma produção de 32.504 milhões de barris.
O Bloco 17, com uma média de 363,921 barris por dia, posicionou-se como o maior produtor no período em análise, seguido do Bloco 0 com uma produção média de 151,727 barris por dia, e em último no top três, esteve o Bloco 32 com uma produção de 141,307 barris por dia.
No mesmo período, as ramas angolanas foram comercializadas a desconto em relação ao Brent, visto que a combinação dos preços das ramas mais valorizadas nos mercados internacionais atingiu um valor médio de 78,98 por barril. Portanto, cerca de 2,6 abaixo do Brent.
A província de Cabinda foi a rama angolana mais valorizada, tendo atingido o preço de 85,19 dólares por barril, o preço mais alto, seguido pela rama Dália que registou o peço mais alto de 84,50 por barril.
Apesar de no mês de Dezembro constatar-se uma redução acentuada nos preços do barril de petróleo nos mercados internacionais, o boletim mensal do petróleo da PetroAngola dá conta que Brent, benchmark para as ramas angolanas, foi comercializado a uma média de 81,6 dólares, registando uma redução de 9,42 dólares em relação à média mensal alcançada em Novembro.
Conforme o relatório, o mercado encontra-se estruturalmente em Contango, ou seja, com as vendas a spot a serem comercializadas abaixo das vendas futuras.
O Brent datado foi comercializado a 0,43 abaixo do valor das entregas futuras.
Portanto, a estrutura actual do mercado continua a reflectir as preocupações em torno da demanda chinesa, fortemente impactada pelo crescente número de casos de Covid-19 naquele país.
Enquanto isso, lê-se, permanecem as incertezas macroeconómicas em todo mundo, apoiadas pela alta do dólar americano e os constantes aumentos nas taxas de juros.
O documento a que OPAÍS teve acesso aponta ainda para um conjunto de factores que dominaram o mercado petrolífero em Dezembro de 2022, sendo que, apesar da flexibilização das medidas contra a Covid-19 em Pequim e a decisão do governo chinês de abrandar a sua política de Covid zero, mediante pressão de protestos, os preços do barril de petróleo recuaram expressivamente ao longo do mês de Dezembro, devido aos receios crescentes da comunidade internacional sobre um possível aumento dos casos da doença neste país asiático, e a falta de dados transparentes, deteriorando as perspectivas de recuperação da demanda chinesa a curto prazo.
Por outro lado, refere o documento, as cotações do crude nos mercados internacionais ampliaram a sua queda por conta da valorização do dólar.
Um dólar americano mais forte torna o petróleo mais caro para aqueles que utilizam outras moedas.
E assim mantém as preocupações dos traders com a demanda por combustível.