A primeira semana do mês de Janeiro do ano em curso, na província da Huíla, foi marcada por dois casos de suicídio, ocorridos em menos de três dias
Os dois casos de homicídio que chocaram a comunidade huilana aconteceram nos municípios do Cuvango e Lubango, respectivamente, tendo vitimado dois jovens na faixa dos 20 anos de idade. O primeiro, segundo o Comando Provincial de Protecção Civil e Bombeiros na Huíla, ocorreu no passado dia 04 do mês em curso, no município do Cuvango, onde um jovem de 29 anos de idade decidiu pôr fim à própria vida, com recurso a enforcamento numa árvore de aproximadamente três metros de altura.
A porta-voz do Comando Provincial dos Serviços de Protecção Ci-vil e Bombeiros na Huíla, sub-inspectora Teresa Abel, adiantou que o facto foi comunicado às autoridades pelos familiares da vítima. “Pelas 09 horas e 27 minutos no município do Lubango, bairro Ngumbe Linguvo, que dista 4 quilómetros da sede municipal, efectuou-se um serviço de resgate de cadáver, numa árvore de aproximadamente três metros de altura, de um cidadão nacional que em vida respondia pelo nome Nacondeno António, de 29 anos de idade, natural do Cuvango, tendo como causa presumível da morte o suicídio por enforcamento”, detalhou a oficial.
Já o segundo caso, aconteceu no município do Lubango, bairro da Lola, comuna da Arimba, em que a vítima é uma jovem de 24 anos de idade, também por enforcamento no barrote da sua residência. Os familiares que falaram à reportagem do jornal OPAÍS dizem desconhecer os motivos que levaram a jovem Rebeca Fortunato Manuel a tirar a própria vida ainda na flor da idade. Segundo disseram, ela possui um diário, onde possivelmente terá relatado qualquer coisa relativa a esta triste decisão.
Entretanto, o seu conteúdo ainda é desconhecido pelo facto de o mesmo ter sido recolhido pelo Serviço de Investigação Criminal que efectuou a remoção do cadáver. “A Beca não demonstrava qual- quer comportamento anormal que fizesse a família alimentar suspeitas para um possível suicídio, era uma miúda muito alegre e amiga dos seus amigos, vamos esperar pelo pronunciamento da Polícia que levou o caderno em que ela anotava tudo”, perspectivou uma prima da falecida.
Outras ocorrências
No mesmo período, o Comando Provincial dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, registou outros quatro casos de morte. As chuvas fortes que caíram sobre a província essa semana estarão na base dos incidentes. O primeiro caso ocorreu no primeiro dia de Janeiro no município dos Gambos, onde um raio atingiu, mortalmente, dois jovens que abrigavam-se da chuva debaixo de uma árvore. Já o segundo aconteceu no município da Matala, vitimando dois menores da mesma família, quando a casa em que se encontravam desabafou sobre eles por causa da chuva.
Com as idades entre 4 e 6 anos morreram na tarde do dia 03 de Janeiro, no bairro Mevayela em consequência do desabamento de uma residência de construção precária (adobe).As vítimas se encontravam no interior da referida residência enquanto chuviscava, em seguida entenderam sair, foi quando as paredes começaram a desabar.
Os pais dos petizes encontravam -se na lavra quando da ocorrência, segundo explicou a oficial Teresa Abel. Os últimos casos ocorreram no município do Lubango, tendo vitimado duas pessoas com idades compreendidas entre os 11 e 40 anos. As chuvas que caíram na última semana sobre a província da Huíla, acompanhada de fortes rajadas de vento causaram o desabamento de diversas residências e vedações.
7 residências desabadas
Teresa Abel informou que além das mortes, as chuvas causaram ainda ferimentos a uma pessoa, bem como o desabamento de residências e árvores. “Tivemos também o desabamento de sete residências, mais seis que no período anterior, nos bairros Dr. António Agostinho Neto, Mitcha, Bula Matady, e no município da Natália, que causou ferimentos a uma cidadã de 68 anos de idade, tendo sido socorrida pelo Instituto de Nacional de Emergências Médicas (INEMA) do Lubango”, rematou.