O Presidente da Repúplica, João Lourenço, instou ontem, na cidade de Moçâmedes, província do Namibe, todos os professores a terem uma maior atenção durante a realização do seu trabalho, com vista a se alcançar a qualidade desejada, como produto final do processo de ensino-aprendizagem.
João Katombela, enviado a Moçâmedes
Ao discursar no acto central da cerimónia de abertura do ano lectivo de 2018, decorrida na província do Namibe, o mais alto magistrado da Nação disse que a crise financeira que se vive no mundo vai obrigar os angolanos a enfrentar enormes desafios. Por este facto, segundo o Titular do Poder Executivo, o actual momento difícil da economia exige de todos maior responsabilidade na execução das acções que são atribuídas a cada angolano.
“Assim, solicito aos professores uma maior responsabilização na forma como os conteúdos são ministrados e avaliados e uma maior consciência da necessidade da interacção entre a escola e os parceiros sociais, para que possamos ter escolas onde o resultado da avaliação dos estudantes esteja em conformidade com a real competência dos alunos e, nas quais, professores e gestores não desvirtuem nunca o carácter da sua nobre missão”, disse.
Na sequência, João Lourenço fez saber que o envolvimento dos pais e encarregados de educação nas tarefas da educação e na vida escolar, mediante o acompanhamento efectivo e sistemático dos seus educandos, constitui a premissa essencial para a sociedade de conhecimento e de informação que se pretende para a construção de uma nova era.
Comparticipação dos pais e encarregados de educação
Nos últimos tempos, tem-se levantado várias dúvidas sobre o processo de comparticipações realizadas pelos pais e encarregados de Educação para o pleno funcionamento do processo de ensino-aprendizagem. João Lourenço disse que é preciso que se reconheça que tem sido útil a participação das comissões de pais e encarregados de Educação, porém, é desejável que a sua presença e envolvimento se tornem mais activos.
Assim, continuou, se poderá atenuar as dificuldades que as escolas ainda enfrentam, no domínio domínio de meios e serviços, contribuindo para a melhoria da sua imagem e para a criação de um ambiente mais saudável, com a maior protecção e segurança. “Apesar de a oferta de infraestruturas escolares estar ainda abaixo da grande demanda resultante do crescimento demográfico, reconhecemos que o Estado vem fazendo, ao longo dos anos, um enorme esforço de construção e apetrechamento das escolas para o ensino primário.
Contudo, temos vindo a constatar que muito desse património público colocado à disposição das comunidades, vem sendo alvo de vandalismo, consubstanciado no furto ou destruição de portas, janelas, carteiras, lâmpadas e loiça sanitária das escolas”, sublinhou.
Agenda 2030 das Nações Unidas
Em relação à agenda traçada pelas Nações Unidas (ONU) implementada no ano passado, o Presidente da República disse que a mesma já se encontra no segundo ano. No seu entender, a agenda declara ser necessário assegurar a educação inclusiva de qualidade equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. “
Neste quadro e no âmbito dos compromissos internacionais assumidos pelo Governo, no que se refere às tarefas da Educação e ensino, foi implementado o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/2014, que em finais de 2017 tinha muitos indicadores, como uma cobertura escolar de mais de 10 milhões e 34 mil alunos matriculados nos diferentes níveis de ensino e nas campanhas de alfabetização, representando um crescimento de 10 por cento em relação ao ano lectivo de 2016”, esclareceu.
A par disso, houve um aumento de 10 por cento do rácio aluno/sala de aulas e de 18 por cento do rácio aluno/professor, em comparação com o ano de 2016, o que demonstra que o ritmo de construção de salas e de recrutamento de professores não acompanhou o aumento da procura de oferta educativa. Como consequência, informou João Lourenço, milhares de crianças ainda estão fora do sistema normal de ensino em todo o país, “situação que urge reverter o quanto antes”.
O Presidente da República garantiu, na cidade de Moçâmedes, que o Governo vai continuar a incluir na sua agenda a protecção e valoração das crianças e da juventude, promovendo a oportunidade de acesso à escolarização e à formação profissional ao longo da vida. “ Vamos encarar a Educação como um direito constitucional e trabalhar para garantir o pleno funcionamento das instituições escolares, contando, para tal, com a contribuição de todas as forças vivas do nosso país”, garantiu