Um milhão, quinhentos e sessenta e cinco mil e oitocentas e sessenta e três toneladas de carga diversa foram movimentadas no Porto Comercial do Lobito durante o ano de 2022, tendo registado uma redução de navio na ordem dos 19 por cento. Os dados constam do balanço apresentado pelo presidente do Conselho de Administração da empresa Portuária do Lobito, Celso Rosas
Apesar de não apresentar dados comparativos de 2021 em relação ao movimento de navios, Celso Rosas, que falava na cerimónia de apresentação de cumprimentos do novo ano, referiu que, no período em balanço, aquela instituição afecta ao Ministério dos Transportes registou um movimento de 326 navios com carga diversa, o que representa uma redução de 19% de navios.
Por conseguinte, realçou, registou-se um aumento de 5% de toneladas em relação a 2021, em que foram movimentadas 1 milhão, quatrocentas e 87.606 toneladas. Em relação à redução de número de navios, este jornal questionou à empresa sobre os factores que concorreram para tal cenário no Porto Comercial do Lobito no ano em análise e fonte oficial descartou, desde já, a falta de operacionalização da empresa e associa o fraco movimento no porto à guerra na Ucrânia, aliada à descapitalização de muitos importadores.
De acordo com a nossa fonte, a empresa ainda se recupera dos efeitos negativos da Covid-19, tendo estes e outros factores concorrido para que houvesse uma redução de navios nessa percentagem, 19 por cento. Neste sentido, Celso Rosas fez saber que, em relação à carga contentorizada, registou-se uma redução na ordem dos 21% de contentores. Entretanto, numa nota publica- da pelo gabinete de comunicação institucional da empresa, refere- se que, em 2022, a empresa portuária arrecadou mais de 14 mil milhões, setecentos e dois milhões de kwanzas no exercício de 2022.
Gestão híbrida prevista para este ano
A gestão híbrida do Porto do Lobito, dividida entre as autoridades portuárias e o Consório Trafigura Spe, Vecturis e Mota Engil SA, está prevista para o segundo trimestre do corrente ano, garantiu Celso Rosas. “A Administração do Porto terá como principais atribuições a de regular e fiscalizar a actividade portuária, exercendo o papel de Autoridade Portuária”, explicou. Para 2023, as atenções da empresa, conforme disse Celso Rosas, estarão viradas para a concessão do terminal mineraleiro, a partir do segundo trimestre, e, posteriormente, para o terminal polivalente, que passa a ter modelo de gestão de Porto Senhorio.
Celso Rosas destacou como principais desafios a definição e estabilização do novo modelo de governação, sem nunca perder de vista a recuperação das dívidas dos clientes para com a empresa. “(…) Concepção de sistemas de controlo de concessões de áreas dominiais, restauração e organização do capital humano no âmbito das concessões, a recuperação das dívidas dos clientes, assim como a implementação e actualização do Data Center, no quadro do processo de modernização tecnológica”, elencou o responsável.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela