A polícia Nacional entende que tem a obrigação de fazer acompanhamento da evolução das redes sociais, pois delas surge muita informação a que é preciso dar pronta resposta
Por: Milton Manaça
A página da Polícia Nacional (PN) na rede social Facebook recebe semanalmente, em média, 208 denúncias da população, revelou ontem, em Luanda, o chefe da secção de Monitoria às Redes Sociais do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da corporação, José Chimuco.
O oficial fez esta revelação à margem do 3º Seminário Metodológico dirigidos aos porta-vozes da corporação a nível nacional, realizada no Instituto Superior Osvaldo Serra Van-Dúnem. Segundo o sub-inspector, muitos dos casos que a PN esclarece têm como fonte de informação a sua página do Facebook. Assim que os monitores recebem as denúncias, contactam a esquadra ou o posto policial mais próximo para o devido tratamento.
José Chimuco, que será um dos preletores de hoje, disse que têm recebido também nesta rede social denúncias provenientes de outros países, de crimes em que estão implicados cidadãos procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
De acordo com o responsável, a corporação tem hoje a obrigação de acompanhar a evolução das redes sociais por delas advir muita informação a que é preciso responder prontamente.
Explicou que há a necessidade de a Polícia acompanhar e supervisionar as redes sociais, por ser também plataformas em que muitos cidadãos aproveitam para fazer denúncias e mostrar a sua insatisfação, até mesmo com a própria PN quando “há casos de mau atendimento por parte dos efectivos”.
Por outro lado, José Chimuco reconheceu que ainda existe um trabalho árduo por se fazer nesta vertente, tendo em conta que há publicação de muita informação falsa, uma situação que atribui à componente educativa da população.
Para ele, os porta-vozes dos gabinetes de Comunicação Institucional e Imprensa devem entender que as redes sociais impõem actualmente desafios à corporação, que parecem ser simples, mas cujas repercussões podem ser preocupantes para a sociedade.
Na abertura do certame, o 2º comandante da PN, Salvador Rodrigues, advogou a necessidade de se adaptar mecanismos e técnicas policiais para conhecer em tempo oportuno todas as informações referentes a situação de segurança pública, aproveitando as plataformas digitais.
Dirigindo-se aos porta-vozes da corporação, Salvador Rodrigues disse que a imagem da PN está também no desempenho desses técnicos que têm a responsabilidade de falar sobre “as matérias sensíveis, como são os casos de Polícia”.