Uma das actividades que garante o sustento de muitas famílias no município da Quiçama, província de Luanda, é a pesca. A exploração é feita no rio e no mar, mas ultimamente tem si- do difícil para os pescadores nesta localidade, por conta da falta de apoio e, agora, com o agravar do facto de estarem sem espaço para a pesca.
Os pescadores queixam-se, segundo Faustino Kabuya, de perda de espaço para desenvolverem a actividade, porque perdem a disputa com os resorts, principalmente na zona de Cabo Ledo – uma área que consideram propícia para a pesca artesanal.
Apesar de obedecerem todos os aspectos legais relacionados à actividade que desempenham, tanto junto da Capitania quanto do Ministério das Pescas, que disponibilizam a licença de encalha e a de pesca, a dificuldade de terreno tem falado mais alto e impossibilitado a busca pelo sustento de muitas famílias de pescadores.
“Estamos a ver que, à beira mar, está completamente invadido pelos resorts, de pessoas com algum poder financeiro, que afastam os pescadores da zona de pesca. Na lei, o pescador tem direito a 300 metros na beira-mar, uma vez que ele paga a licença de encalha para este espaço. Estamos a ver que o nosso espaço está a ser invadido ou vendido”, explica Kabuya.