O parque situado na província do Cuando Cubango, necessita de pelo menos mil fiscais ambientais, com vista a garantir a protecção integral dos 46 mil quilómetros quadrados de superfície.
Segundo o chefe de fiscalização do parque, Veríssimo Fernando, os 45 fiscais controlados são insuficientes para combater as acções ilegais registadas como a caça furtiva, exploração ilegal de madeira, garimpo de diamantes, queimadas anárquicas, entre outras.
Segundo o responsável, além do reduzido número de fiscais, o sector debate-se também com a falta de meios de trabalho e de transporte, situação que tem criado sérios constrangimentos no desempenho da actividade.
O aumento de fiscais visa reforçar a protecção do parque, que, há duas semanas, vem registando o regresso massivo, a partir da Namíbia e Botswana, de manadas de búfalos, elefantes e palancas castanhas.
Ainda assim, de acordo com o responsável, o presente efectivo tem dado cobro à protecção da fauna, essencialmente, no sentido de evitar que esse fenómeno dê continuidade.
A título de exemplo, Veríssimo Fernando deu a conhecer que, no dia 25 do mês passado, na localidade do Mucusso, foi detido, em flagrante delito, o caçador nacional mais temido no parque, com mais de duas toneladas de carcaças de carne de diversos animais, com destaque para búfalo e elefante.
O mesmo residia na vizinha República da Namíbia. Boa parte da carne já tinha sido vendida a uma cidadã namibiana, igualmente detida pelos fiscais ambientais deste país fronteiriço com Angola, no âmbito da cooperação existente.
Além deste cidadão nacional, foram detidos outros 11 caçadores furtivos, entre os quais zambianos, que entram para o parque com a conivência ou colaboração de cidadãos de comunidades locais.
Cinco continuam presos e os demais foram soltos, por não terem concretizado o seu propósito, mas ainda assim aconselhados a deixar esta prática.
Sem quantificar as toneladas apreendidas em 2022, o responsável informou apenas ter havido uma redução.
O parque Nacional LuengueLuiana tem um total de nove postos distribuídos ao longo da sua extensão. Recebeu, recentemente, do Executivo, três novas viaturas de apoio à fiscalização e meios técnicos de comunicação.
O parque inicia no rio Cuito, para quem sai do município do Dirico, e termina no Bico de Angola, na municipalidade do Rivungo, fronteiriço com a Zâmbia, na faixa leste, e sul com a Namíbia.