A menina, de 10 anos, sofre de um problema do fórum neurológico há sete anos, que lhe limitou os movimentos dos membros superiores e inferiores, além de causar convulsões diárias e quedas que a levam a bater com a cabeça no chão. Os pais clamam por ajuda.
POR: Romão Brandão
Eva da Costa Nzinga, de 10 anos, uma das filhas gémeas de Armando Isabel Júnior, 48 anos, sofreu uma crise, em 2011, que a levou a ser internada no Hospital Pediátrico. Durante uma semana ficou em estado de coma, após o qual os médicos constataram que a menina já não conseguia mover os membros superiores e inferiores. Após ter sido submetida a exames de TAC, descobriram que parte do crânio sofrera danos e que carecia de uma intervenção cirúrgica. Não estando o hospital equipado para proceder à operação necessária, a pequena paciente foi encaminhada à Junta Médica, para que fosse enviada a Portugal, como revelou o pai a este jornal.
Fizeram todo o procedimento de registo naquela instituição, trataram os passaportes, mas, até agora, a Junta não os atende por indisponibilidade financeira. À medida que aguardam, a doença vai-se agravando. Desesperados, recorreram a outros hospitais para fazer novos exames, ouvirem uma segunda opinião a minimizar o sofrimento da menina. Passaram pelo Hospital Josina Machel, em 2015, onde foram atendidos por um médico de nacionalidade cubana que concluiu que a menina devia ser encaminhada a um neurologista, na pediatria. Daí, as crises da menina foramse repetindo cada vez mais, evidenciando sintomas similares a um ataque epilético, ocorriam onde quer que fosse, e se ninguém estivesse por perto, uma queda poderia ser fatal.
A cabeça de Eva apresenta várias deformações resultantes das inúmeras vezes em que convulsionou e acabou caindo, batendo com ela no chão. “A Eva tem uma veia no cérebro que esticou, mas, por sorte, não teve um derrame cerebral. Só que, sempre que o sangue tenta passar por ali, reage com estas convulsões. Sem ser operada, não conseguiremos ultrapassar este problema, e não temos condições para custear essa operação, que deve ser fora do país”, acrescentou. Devido às dificuldades de locomoção, Eva foi encaminhada também ao Centro de Reabilitação Física de Luanda, onde fez algumas sessões de tratamento que lhe devolveram a capacidade de mover a perna e o braço do lado esquerdo, tendo os outros dois membros permanecido inactivos.
O hospital teve que interromper a reabilitação sob alegação de que era necessária a intervenção de um neurologista. Neste momento, Eva encontra- se internada numa clínica de medicina natural chinesa, onde foi submetida a tratamentos para conter as convulsões. Segundo a mãe, Rosa Londa Costa, houve melhorias significativas, traduzidas na redução das crises, porém, não há dia que passe sem as ter. Há que estar sempre em alerta para ajudá- la e impedir que volte a bater com a cabeça no chão. No momento em que conversávamos com os pais de Eva, a nossa equipa de reportagem tomou um grande susto: a menina voltou a convulsionar, quando estava sentada à beira da cama. Por sorte, não caiu, uma vez que a mãe foi rápida a amparála.
A convulsão durou quase 5 minutos. “Durante 7 anos, todos os dias tem sido assim, meus irmãos. É assim ao acordar, a comer ou mesmo deitada. Por isso, nos ajudem só!”, apelou a mãe. Em virtude dessas crisas, Eva nunca foi à escola. O seu irmão gémeo encara com tristeza a situação da mana, várias vezes tem-lhe pedido para que melhore, pois quer brincar e estudar com ela. A esperança da menina está depositada numa intervenção cirúrgica pela qual que os pais aguardam há sete anos, por isso, clamam por ajuda das pessoas de boa fé. Armando Isabel Júnior responde pelo número telefónico 938001419 e Rosa Londa da Costa pelo 928525494.