As instituições envolvidas no combate ao VIH-Sida em Angola estão a procura de financiamentos externos para o reforço dos programas de luta e prevenção contra a doença que regista, actualmente, “níveis alarmantes” de infecção
A informação foi avançada pelo presidente da Rede Angolana das Organizações de Serviços de SIDA (ANASO), António Coelho, no âmbito das estratégias em curso viradas à mobilização de potenciais doadores para apoiarem as acções de prevenção e combate à doença.
António Coelho, em entrevista à Angop, caracterizou a situação do VIH/Sida como sendo alarmante, numa altura em que Angola conta com uma taxa de seroprevalência estimada em dois por cento, que corresponde a um universo de 350 mil pessoas vivendo com VIH/Sida, acompanhada de uma média de 21 mil novas infecções/ano.
De acordo com dados da ANASO, no país 13 mil pessoas morrem anualmente infectadas pela doença. Considerou o referido quadro como preocupante, obrigando a tomada de medidas urgentes para impedir a evolução da doença.
No âmbito das estratégias em curso, o responsável defendeu a desburocratização das políticas de combate à doença, a certificação dos dados sobre a situação do VIH/Sida no país e aumento do financiamento público para as acções de luta contra esta enfermidade.
Apontou a extrema pobreza, a grande mobilidade das populações, o início precoce da actividade sexual e factores culturais, como causas principais do aumento do VIH/Sida no país. As províncias de Luanda, com uma taxa de seroprevalência de 10 por cento, Cunene (9 %), Lundas Norte e Sul (5 %), Moxico e Cuando Cubango (4%) e Cuanza Norte (3%), são as mais endêmicas do país, de acordo com a ANASO.