Para o comissário da Polícia nacional, Orlando Bernardo, apesar dos problemas a todos os níveis que se vivem nas comunidades, em relação a outros países da região, o país apresenta taxas criminais baixas (10%)
A eficiência não está na robustez das acções da visibilidade policial, no aumento das patrulhas nas ruas, embora sejam estas as medidas, muitas vezes implementadas pelo sector que dirige, mas fazer perceber a todos, às ONG’s, igrejas, aos cidadãos em geral, têm esta responsabilidade.
“O legislador foi bem abrangente. Segundo a Constituição da República, a segurança pública é um direito, mas também é um dever de todos: é meu direito ter a segurança, mas também é meu dever garanti-la. O cidadão deve participar na mesma através de associações, policiamento comunitário, denúncias e uma série de outras actividades”, disse.
O dirigente reconhece que sempre vão encontrar problemas próprios da sociedade dentro da Polícia, porque os grupos de delinquentes pertencem à sociedade e as suas famílias. Por isso, é defesor da ideia de que seja na família onde se começa a chave da resolução dos problemas da criminalidade, da delinquência, e outros males que enfermam a sociedade.
Por outro lado, para o pastor da Igreja Pentecostal, Leandro Quipungo, também chamado a participar na referida conferência, a desestruturação familiar é uma das causas principais de muitos males que se registam na sociedade. Defendeu que devemos atacar as famílias, os valores morais, culturais, cívicos e a todos os níveis devemos estar bem orientados no seio da família, só assim estaremos a contribuir da melhor forma para o engrandecimento da sociedade e para a segurança pública.
“Se tivermos famílias desestruturadas, teremos uma segurança pública desestruturada. Estaremos a colocar pessoas nocivas na sociedade e será um grande problema para a segurança pública’’, sublinha. O também terapeuta familiar avançou ainda que maior parte dos jovens que vivem no mundo do crime saem das famílias, cujo pai abandonou o lar, cujo pai é alcoólatra, consome drogas ou tem histórico de agressões.
Não são indivíduos que crescem numa família normal, com pai e mãe para a instrução sobre o caminho a seguir. “Eu sou um exemplo, porque fui abandonado pelo meu pai, mas tive que refazer aquilo que é a minha filosofia de vida para estar aqui hoje. A presença de um pai, mãe, é muito importante para a construção do indivíduo”, desabafou. A igreja tem feito a sua parte e continuará a fazer o seu trabalho, disse o interlocutor, associado ao Governo, as escolas e outras instituições para que juntos possam encontrar as melhores soluções para este problema. O caminho é que realmente as famílias virem- se para Deus, e aceitem a orientação divina.