Os resultados da Operação Búfalo, que foi apresentado pelo porta-voz da PN, em Luanda, Nestor Goubel, um trabalho realizado de 29 de Abril a 6 de Maio do corrente ano, nos municípios de Viana, Talatona e Kilamba Kiaxi, dão conta do desmantelamento de três grupos de rixas, denominados os UTS, os Modelos de Macacos e os Comboios, que tiravam o sossego no bairro da Fofoca.
Segundo o porta-voz, estes grupos se dedicavam à prática de rixas com históricos arrepiantes na zona da Fofoca, tendo inclusive terminado em homicídio, quando os dois grupos se guerrearam na semana passada. Com a morte de um dos membros do grupo divergente, o grupo que perdeu vandalizou a residência de um dos membros do grupo rival.
No âmbito das operações conjuntas que estão a ser feitas nos municípios, a Polícia priorizou os grupos flutuantes, que depois de cometerem os crimes se deslocam de uma zona para a outra, como a área do Bakita Kossi, no Kilamba Kiaxi, e depois acabam por entrar em Viana na zona da Fofoca, sobretudo no KM 9, que considera como sendo um dos territórios mais críticos. “Esta acção culminou com a detenção dos membros destes grupos, para repor o sentimento de segurança nestas áreas.
Não têm sido poucas as reclamações na Fofoca, no KM 9, sobre os grupos que, na calada da noite, retiram a paz e o sossego da população que ali reside”, esclareceu.
Segundo a fonte, foram detidos um total de 31 cidadãos, sendo dois por homicídio voluntário, 14 por roubo de artigos diversos, 13 por lutas de rixa e dois por falsa qualidade. Este último caso, se fazia passar como funcionário do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Foram apreendidas três armas de fogo, duas do tipo AKM, e uma Galili; duas botijas de gás butano de 12 kg, cor azul; três TV plasmas, um de marca Clea e dois LG, de 32 polegadas, cor preta; uma impressora; um aparelho de som; 18 serras juntas e 250 tacos de estupefaciente do tipo liamba. Foram recuperadas, duas motorizadas de marca Kawaseki, cores preta e vermelha, sem matrícula.
Polícia desencoraja justiça por mãos próprias
Por outro lado, disse ainda que 24 jovens também se encontram detidos, por estarem envolvidos num caso de vandalismo, e aguardam pelo julgamento sumário.
A realização de justiça por mãos próprias tem sido uma grande preocupação por parte da corporação que tem estado a levar à reflexão da sociedade, por causa da gravidade da mesma.
“Aconteceu, recentemente, na zona económica, um jovem de moto que estava a ser assaltado, teve a intervenção da Polícia Nacional, fezse a detenção do indivíduo e a apreensão da motorizada.
Depois do acto, os seus colegas aperceberam-se do ocorrido, seguiram os polícias e pretendiam receber das mãos das autoridades o acusado com o objectivo de fazerem justiça por mãos próprias”, conta.
Os motoqueiros disseram que queriam matar e linchar o indivíduo, por isso acabaram por seguir os efectivos até à esquadra, para além de vandalizarem a viatura da Polícia Nacional.
O responsável manifestou ainda que a justiça privada é crime, existem órgãos próprios de justiça que trata dos presumíveis criminosos.
O porta-voz desaconselha esta prática no seio da sociedade, considerando bastante que a população faça a denúncia, a participação para que os órgãos de direito possam realizar o seu trabalho.