A Universidade Agostinho Neto (UAN) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) assinaram, ontem, um memorando de entendimento que visa a cooperação em vários domínios, com especial atenção para a saúde, uma vez que aquela instituição pretende realizar investigações científicas neste sector
O memorando assinado ontem vai abarcar projectos sociais, tendo em conta que o assunto interfere na saúde dos angolanos, e tem em vista questões como habilitações académicas, nível socioeconómico da população e a caracterização correcta da população.
A OMS poderá ainda ajudar a desenhar questões políticas administrativas e investigações científicas no domínio das doenças transmissíveis e crónicas. Para o reitor da UAN, Pedro Magalhães, actualmente é importante ter conhecimento das situações reais do contexto local, pelo que a OMS poderá orientar assertivamente as melhores práticas para resolver algumas questões. “Nós vamos realizar acções conjuntas, tais como conferências e workshops, para que haja troca de conhecimento e capacitação da população.
Pretendemos ainda partilhar a informação, uma vez que o conhecimento que a academia detém provavelmente não seja do domínio da OMS, e vice-versa, apesar de que existam bases de dados relacionadas com as várias situações de saúde”, destacou. Por outro lado, há dados específicos do interesse da academia e a participação da OMS é essencial, por isso esta instituição internacional pretende contribuir para o aumento da capacidade de cobertura, em termos de recursos humanos, à medida que forem formados quadros em função das necessidades que forem levantadas pelas autoridades locais e a OMS.
Pedro Magalhães referiu que, caso se registe uma doença em uma determinada província no país, os alunos da UAN deverão estar preparados para se deslocar ao terreno, fazer o levantamento e trazer as evidências. “Estamos a destacar a saúde, mas o projecto não será desenvolvido apenas pela Faculdade de Medicina ou o Instituto de Ciências da Saúde, as outras áreas sociais também farão parte do programa”, garantiu.
Experiências em recursos humanos Para o representante da OMS, Humphrey Karamagi, os objectivos do memorando são claros e focados em fortalecer a pesquisa em saúde, adaptada ao contexto angolano, construindo capacidade entre profissionais de saúde, estudantes e comunidades. Por meio desta parceria, prevêem uma Angola onde cada de- cisão de saúde seja informada por uma pesquisa robusta e localiza- da por especialistas.
Humphrey Karamagi disse que os papéis e responsabilidades delineados no memorando de entendimento significam um compromisso tanto da OMS quanto da UAN, e a sua organização traz à mesa a vasta experiência em recursos, comprometendo-se a identificar áreas de pesquisa e apoiar actividades de saúde. A UAN, por sua vez, vai fornecer à OMS o acesso ao seu conhecimento, bibliotecas e instalações de pesquisa. “Ou seja, a OMS traz as ferramentas globais e regionais, enquanto a UAN traz as ferramentas nacionais e sub-nacionais.
Trabalhando juntos, estaremos avançando a base de evidências para acções de saúde de forma mais abrangente”, sublinhou. Humphrey Karamagi disse ainda que as iniciativas planeadas não são apenas sobre geração de conhecimento, mas também estão direccionadas para o desenvolvimento de habilidades dos líderes de saúde de amanhã.
O representante da OMS contou que a sua organização está a olhar para um evento de debate de alto perfil, envolvendo estudantes de diversas disciplinas e projectos comunitários de saúde em Luanda. As iniciativas vão capacitar não apenas a geração actual de profissionais de saúde e académicos, mas também plantar as sementes para garantir que os futuros líderes de saúde estejam consistentemente a aplicar evidências, inovação e conhecimento nos processos de tomadas de decisão.