O representante interino da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Humphrey Karamagi, apelou às autoridades governamentais do país a agirem, no sentido de substituírem os programas de combate a doenças específicas e focarem-se na criação de condições de serviços de saúde para a toda população. A necessidade avançada pelo quadro da OMS acreditado no país, consta de uma informação publicada no site das Nações Unidas em Angola, na qual o responsável fez saber que, com a pandemia da Covid-19, os sistemas de saúde revelaram resiliência e capacidade de melhoria, por um lado.
No entanto, por outro lado, a doença viral destapou vulnerabilidades e áreas a desenvolver, pelo que entendeu ser o momento de o país adaptar-se e evoluir, adoptando a Abordagem Revitalizada dos Cuidados Primários de Saúde da Declaração de Astana de 2018 – documento que apela aos países a agirem assim. O representante da OMS aclarou que esta abordagem centra-se na pessoa, atendendo às diversas necessidades de saúde e bem-estar das populações e alargando a totalidade dos cuidados contínuos.
“Esta abordagem revitalizada, para Angola, implica mudança de um pacote para as pessoas vulneráveis das zonas suburbanas e rurais, para um pacote essencial para todos; uma mudança de um sistema centrado no programa, para um sistema que dá prioridade ao indivíduo”, vincou o responsável da OMS. No mesmo sentido, acrescentou ainda a necessidade de se deixar de promover acções com foco primário, por exemplo, nas mães e crianças, e apostar em condições de saúde que atendam “todas as populações vulneráveis”, assim como acontece, também, para os casos de doenças infecciosas. “[É preciso sair] de um enfoque nas doenças infecciosas agudas para um enfoque em todas as condições de saúde.
Significa reconhecer que os cuidados primários de saúde não são baratos, mas, sim um direito, oferecendo uma boa relação custo-benefício”, frisou. Humphrey Karamagi explicou que, para o alcance desse objectivo, se faz necessário buscar for- mas inovadoras de prestar estes serviços a todos, independente- mente da idade, localização ou estado de saúde.
Por outro lado, adiantou também que se deve optar pela preparação do sistema de saúde para prestar estes serviços essenciais com maior eficácia, o que passa pelo reforço dos sistemas de licenciamento, registo e acreditação, supervisão e orientação, e garantir a segurança dos doentes. “Temos também de estabelecer e respeitar as directrizes, as normas, as cartas e as auditorias relactivas aos cuidados de saúde. O futuro da saúde, não só para Angola, mas, para África, depende da nossa vontade de abraçar a Abordagem Revitalizada dos Cuidados Primários de Saúde”, apelou.