Chibesakunda Kankassa, reverenciada nacionalista zambiana, nascida a 23 de Março de 1936 e destacável combatente pela independência da pátria de Kahunda, será homenageada a 16 de Março pela oMA, organização da Mulher Angolana, num gesto que visa reconhecer e agradecer o importante contributo prestado aos movimentos nacionalistas de Angola, namibia e África do Sul, na luta pela liberdade dos respectivos povos
POR: Alexandre Tchilumbu, em lusaka
“Mama Kankassa, como é conhecida nas lides políticas zambianas, é um verdadeiro símbolo do papel da mulher africana, nos momentos cruciais, que ditaram o fim da dominação colonial, durante as décadas de 60 e 70”, – disse Maria Assis, a primeira responsável da OMA, na Zâmbia.
A homenagem que terá lugar numa das unidades hoteleiras de Lusaka, capital da Zâmbia, contará com a presença de significativas figuras da pátria de Kenneth Kahunda e do partido UNIP (Partido Nacional para a Independência), organização política que liderou o processo de emancipação política do país vizinho. A embaixadora de Angola na Zâmbia, Balbina Dias da Silva, referiu-se ao evento como um sinal da amizade e fraternidade entre os dois povos e Estados. A diplomata considera Mama Kankassa como uma mulher de coragem e determinação, cujos valores de integridade e firmeza ajudaram a materializar o sonho de liberdade de varias nações africanas.
A homenagem à Mama Kankassa inclui um breve resumo biográfico da nacionalista, depoimentos de compatriotas e companheiras de luta, que ajudam a dimensionar a trajectória e as lembranças dos incontáveis momentos da vida da homenageada. Durante o acto será apresentada uma mensagem do Secretariado Nacional da OMA, além de uma breve exposição fotográfica. Mama Kankassa antevê a homenagem com incontida emoção. “Teria feito tudo novamente” – desabafou.
“A liberdade é um elemento sagrado e partilho este reconhecimento com todos os companheiros de luta, por uma África livre da exploração, na busca da justiça e igualdade social”, concluiu. O ano de 1955 marca o início da vida politicamente activa da nacionalista zambiana, através do partido UNIP, na época a principal força política zambiana, que se batia pelo fim de dominação inglesa, na Zâmbia. A acção de Mama Kankassa é descrita como bastante vital, no acolhimento e apoio humano e material aos grupos de nacionalistas de Angola, Namibia e África do Sul, que buscavam abrigo em território zambiano, perseguidos pelos serviços secretos das então potências coloniais dominantes.