As obras de reabilitação e conservação da Estrada Nacional (EN) 105 arrancam nos próximos dias, numa extensão de 303 quilómetros, começando da província de Benguela, até ao quilómetro 40, no município do Lubango, capital da província da Huíla
A obras vão ser executadas em três anos, revelou, ontem, o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto d dos Santos, à margem da cerimónia de consignação da empreitada. As obras compreendem a reposição de todo o tapete asfáltico, reabilitação de pontes passagens hidráulicas, alargamento da estrada, colocação de iluminação dentro das localidades e a sinalização vertical e horizontal, com vista a garantir uma condução mais segura para os automobilistas.
O governante explicou que não pode ter uma economia robusta, se não haver vias de comunicação em condições que permitam o escoamento de todos os serviços e bens produzidos no país. De acordo com o ministro, depois de concluídas as obras de reabilitação e manutenção da Estrada Nacional 105, o transporte de pessoas e bens entre o Norte e o Sul, bem como de e para as Repúblicas da Namíbia e da África do Sul, poderá ser feito com comodidade e mais flui- dez.
“Este acto marca o cumprimento de uma orientação do Presidente da República sobre algumas acções que devem ser desenvolvidas em toda a província da Huíla. Assim sendo, dentro do Programa Nacional de Intervenção na Malha Rodoviária Nacional, este troço é importante”, frisou. Acrescentou de seguida que “este troço que saí da Huila para a província de Benguela, com cerca de 300 quilómetros, acaba por ser uma prioridade para que asseguremos a recuperação das nossas Estradas, mas, sobretudo, para alavancar a economia nacional”.
De acordo com o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, em todo o país estão a ser reabilitados um total de 3000 quilómetros de estradas, dos quais faz parte a e Estrada Nacional 105. Carlos dos Santos sublinhou que para que atinja os objectivos do projecto de reabilitação e manutenção da referida estrada, é necessário que o empreiteiro que vai executar a obra cumpra com os prazos contratuais, sem descurar a qualidade que se espera.
“Esta é estrada do desenvolvimento. Vai garantir uma segurança rodoviária a todos os seus usuários e tornar mais fácil o transporte de bens e de serviço, bem como desenvolver melhor a nossa indústria, a nossa agricultura”, frisou.
O governante fez ainda uma incursão sobre as potencialmente produtivas das províncias que se encontram ao Sul do país e a estratégia gizada para escoar a sua produção. “Por isso, peço a empresa que cumpra com os prazos. Vamos inserir outros actores para que o processo seja mais célere”. Por sua vez, o governador provincial da Huila, Nuno Mahapi, disse que a consignação das obras de reabilitação e manutenção da referida estrada marca o início de uma nova era para o sector das vias de comunicação.
O governante fez uma análise sobre a importância da mesma para a economia do país. “Ela joga um papel fundamental no desenvolvimento de Angola porque liga o país de Norte ao Sul, bem como umas das regiões mais importantes da economia da região Austral do nosso continente, como a Namíbia e África do Sul”, disse.
Automobilistas acreditam que haverá redução no tempo de viagem
Nos últimos tempos, transitar na Estrada Nacional 105, principalmente no troço Benguela/ Lubango, tem sido um autêntico quebra-cabeça para os automobilistas, particularmente os camionistas. Do Lubango a Benguela, o percurso de 303 quilómetros é feito em oito horas, o que alegadamente tem contribuído para a ocorrência de acidentes de viação causado pelo cansaço fruto das péssimas condições da Estrada.
Avelino Mário, 42 anos, camionista há mais de uma década, disse que com o arranque das obras de reabilitação e manutenção da Estrada Nacional, o pesadelo das profissionais que actuam neste sector poderá se tornar em coisa do passado.
Para o efeito, manifestou augurar que haja celeridade na execução dos trabalhos e uma fiscalização mais atenta, de modo a garantir uma maior qualidade no trabalho final. “Não é fácil andar por esta estrada. Daqui a Benguela nós fizemos oito horas quando se a estrada estivesse em condições faríamos apenas três a quatro horas.
Vamos esperar que as obras ter- minem dentro dos prazos estabelecidos”, afirmou. Quanto à qualidade da obra, o automobilista Geraldo Daniel, que trabalha com a transportação de mercadoria no troço Benguela Lubango, recomenda que se aguarde até que a mesma tenha pelo menos 50 por cento concluída. “Há muito que se falava da reabilitação desta estrada. Os trabalhos só estão a começar, vamos aguardar pelo que o tempo nos vai trazer e que a empresa que ganhou seja rápida”, afirmou.