Guia turístico e fundador do projecto turístico “Juntos conhecemos Angola por Terra”, Joaquim da Silva, de 38 anos, disse que realizam passeios no intervalo de três meses. O projecto conta com 12 colaboradores directos e oito indirectos. De acordo com Joaquim da Silva, tem sido solicitado pelas instituições públicas, privadas, associações e famílias a realizar o trabalho de guia turístico.
Para aperfeiçoar o trabalho, procurou pesquisar mais sobre os pontos turísticos do país e os guias, de seguida concluiu que existem poucos guiamentos de facto, que faz com que haja pouca emancipação do turismo a nível nacional. No desenvolvimento do seu trabalho como guia turístico, tem registado dificuldades sobretudo em termos de acessos para alguns pontos turísticos, que representam uma dificuldade acentuada e de alto risco.
“Temos dado o melhor de nós para conseguir levar o turista para lá, de modo a convidar outros turistas a visitarem o mesmo espaço”, disse. Recentemente levou um grupo de mulheres de direito da CPLP para um passeio, e uma das senhoras, por sinal uma brasileira, prometeu-lhe oferecer uma máquina fotográfica, e cumpriu. “Passado um mês, a encomenda chegou, através da DHL”, conta, mostrando que a interacção com os turistas tem sido salutar.
Como guia, o entrevistado aconselha os que trabalham nesta área a falarem também as línguas locais, tendo em conta que os turistas querem conhecer a cultura local. O inglês ou o francês é importante, mas muitos trazem já o seu tradutor, pelo que querem conhecer também outras línguas e culturas. “Particularmente domino o umbundu e o quimbundo.
As outras línguas nacionais estão a ser aperfeiçoadas”, sustenta. Para o serviço de guia tem vários pacotes e preços. Aqueles que solicitam apenas a orientação, o preço é um, e aqueles que querem transporte, alimentação, também é outro. “Para um grupo de família, de Luanda à província da Huíla, cobro 200 mil kwanzas, durante três dias; se for dentro de Luanda, por um dia, das seis horas as 18, o valor fica em 50 mil kwanzas; o valor pode ser alterado em função do número de pessoas, o local que pretendem fazer turismo e o pacote escolhido”, explicou.
Para instituições, o valor pode chegar até os 500 mil kwanzas ou mais, isto em função do tempo em que ficarão fora ou em digressão. “Se tivéssemos transportes, os interessados em fazer turismo pagariam apenas cinco mil kwanzas, de Luanda a Benguela. O valor seria para assegurar o transporte. A nossa equipa tem ainda disponíveis 150 tendas para realizações de actividades em campos abertos”.
Disse que actualmente a população está a desenvolver o hábito de fazer turismo em relação ao passado em que os pais diziam aos seus filhos que quem viaja morre, ou seja, poderá acontecer um acidente e ser fatal. Defende de que o turismo é a maior terapia que existe na face da terra, tem sido bom, porque a cada momento as pessoas vão despertando. Nos próximos tempos vai acompanhar a Associação de Escuteiros Católicos de Angola, que vai realizar uma caminhada da província de Luanda até à Huíla, por um período de 17 dias.