Apesar das operadoras de transporte inter-provincial terem estabelecido novos tarifários, a afluência de passageiros nos terminais é cada vez maior. Entretanto, os cidadãos reclamam da subida dos preços sem aviso prévio.
POR: Milton Manaça
De um lado ao outro verifica- se a presença de passageiro, a maioria dos quais com os olhos virados para a zona de embarque na esperança de que o próximo autocarro a estacionar seja o seu, apesar do bilhete dar indicações da hora exacta de viagem. Na Macon, por exemplo, a todo momento novos autocarros entram e saem, mas ainda assim os corredores continuam abarrotados de cargas de diversos tipos, alguns dos quais servem de dormitório para quem espera pela sua hora de embarque.
Entre os viajantes, a conversa dominante gira em torno da subida dos preços que os apanhou de surpresa por altura das celebrações do Natal e de mais uma passagem de ano, segundo os entrevistados de OPAÍS. O jovem Aníbal Mário saiu de Benguela na passada semana e almejava passar o Natal em Luanda com a sua família. O interlocutor foi surpreendido pelos novos preços e abortou a missão, tendo chegado à capital sozinho. “Registou-se uma subida de quase mil kz sem aviso prévio, o que me obrigou a viajar sozinho do Lobito a Luanda. Mas mesmo com essa subida não podemos ficar parados”, diz o entrevistado.
A mesma situação relatou-nos o ancião Fernando Muanza de 65 anos de idade, que saiu de casa consciente que pagaria 3500 Kz no bilhete que o transportaria até ao município da Gabela, província do Cuanza-Sul, todavia, acabou pagando mais 900 na nova tarifa. O comerciante que mensalmente faz este percurso, diz que o correto seria informar publicamente aos viajantes que a partir de determinada data haveria reajustes nos preços para que a medida fosse recebida sem surpresas.
“Acho que não pode haver aproveitamento da quadra festiva para se subir os preços repentinamente. Devíamos ser informados primeiro e só depois a medida entraria em vigor”, declarou Fernando Muanza. Já a transportadora Ango Real, até às 11 horas o terminal encontrava- se vazio tudo porque já não havia mais viaturas para viagens no dia. “Só temos bilhetes para o dia seguinte”, respondeu a operadora de caixa quando questionada por este jornal sobre se ainda havia possibilidades de viajar para outro ponto do país no mesmo dia.