Os problemas que afectam, significativamente, a vida da mulher jovem, no país, estão a ser colocados como prioridade, nas actividades a serem desenvolvidas pela Organização das Nações Unidas em Angola e o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), no quadro de um novo acordo entre as duas instituições
A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Zahira Virani, avançou esta informação à margem de uma audiência que lhe foi concedida, ontem, pela ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramen- to Neto. De acordo com a responsável da ONU, o MASFAMU representa um dos primeiros parceiros da organização que a acreditou, no país, sendo por este facto que ambas têm levado a desenvolver, concomitantemente, diversos projectos voltados para a igualdade de género e de pessoas mais vulneráveis.
Por esta razão, Zahira Virani adiantou que, para o novo quadro de cooperação, com duração de cinco anos, a mulher jovem estará no centro das atenções entre ambas instituições. “Nesse momento, nós estamos a elaborar o nosso novo quadro de cooperação. Nesse novo quadro de cooperação, a mulher jovem vai estar no centro de todas as actividades que o Sistema [das Nações Unidas] vai fazer, daqui a cinco anos,” avançou. Por outro lado, disse, a mulher rural tem muitas dificuldades quanto potencial, pelo que, deter- minadas agências da ONU estão a desenvolver trabalhos, no senti- do de criar condições que permitam a estas terem a possibilidade de plantar e de alimentar as suas famílias.
“Esta é uma das primeiras preocupações de uma mulher rural. Além disso, a economia de Angola, a maior parte, infelizmente, ainda é informal. O PNUD está a trabalhar com o Ministério da Economia e Planeamento, para formalização da economia. As mulheres vão formalizar-se e vão ter segurança social”, disse. A coordenadora residente, no país, avançou que esta reunião serviu para abordar, também, questões relacionadas com as actividades da ONU em Angola. Além disso, detalhou, debruçou-se ainda sobre as formas com as quais o Sistema das Nações Unidas pode ajudar a implementar as ideias e os planos para com os estatutos das mulheres.
Reforço da capacidade institucional
A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher disse que, durante a audiência, a co- ordenadora residente apresentou a disponibilidade de o Sistema das Nações Unidas em Angola reforçar o apoio, com a finalidade de serem alcançados outros níveis. A governante referiu ainda que o MASFAMU tem estado a trabalhar com várias agências deste Sistema, em matérias de reforço da capacidade institucional, aproveitado as experiências dos seus especialistas.
“A nossa abordagem foi à volta de alguns projectos e programas que podem ter outra participação mais virada para o investimento”, adiantou. Relativamente à inclusão da mulher rural nas novas tecnologias, a titular da pasta avançou que os telemóveis, bem como a informação por via da televisão estão, cada vez mais, a chegar às zonas longínquas. Ana Paula do Sacramento Neto explicou que estes ganhos resultam de um trabalho conjunto com os ministérios do Ensino Superior, Ciência e Inovação, e o das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.
“O número de meninas tem estado a aumentar, e isso é o que se pretende. Fazer, também, com que no meio rural, as mulheres tenham, não só oportunidade de ter um telefone, mas, ter acesso a um computador, a um Tablet, ter acesso à Internet, ter acesso ao mundo digital. O número tem estado a crescer”, avançou.