O Presidente da República, João Lourenço, inaugura hoje, sexta- feira, 12, e amanhã, sábado, 13, três importantes empreendimentos públicos, avaliados em mais de 91 milhões de dólares. O Centro Cultural do Huambo custou aos cofres do Estado cerca de 23 milhões, o CINFOTEC 30 milhões, ao passo que o Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR) consumiu, aproximadamente, 38 milhões de dólares
João Lourenço desenvolve, a partir de hoje, uma intensa agenda de trabalho na província do Huambo, concreta- mente no município sede, na qual estão circunscritas inaugurações de importantes empreendimentos sociais e culturais. A cidade do Huambo engalanou-se toda para, a partir de hoje, sexta-feira, receber João Lourenço. Palavras de carinho e afecto ao PR, como as de “Seja bem-vindo, Senhor Presidente”, ‘inundam’, neste momento, as principais artérias da cidade planáltica.
O Presidente da República, que trabalha durante dois dias, vai proceder aos cortes de fitas inaugurais e, consequente, descerramento de placas do Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), Centro Cultural e do Centro Integrado de Formação de Tecnologia. Todas as infra- estruturas privilegiam a componente da formação de quadros angolanos, com pendor no desenvolvimento humano.
O Centro Cultural, uma imponente infra-estrutura, construída bem no coração do Huambo, na parte lateral ao emblemático jardim da cultura, contempla ateliers de dança, música, eculturas, salas de leitura, música, biblioteca, loja e serviços de restauração. Ciente de que o empreendimento dispõe de valências imprescindíveis para a melhoria da qualidade de vida dos jovens e não só, o director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, Jeremias da Piedade, assinala a questão da criação de postos de trabalho, embora não se tenha referido a números.
Têm a palavra os estudantes
Os estudantes dizem ser os principais beneficiados dos empreendimentos que, a partir de hoje, vão ser inaugurados pelo Presidente João Lourenço, no quadro de uma visita de trabalho à província do Huambo. Gonçalves Chicapa é estudante universitário e tem alguns estúdios de cidadãos asiáticos, espalhados um pouco pela cidade, tem servido de alternativa para as suas pesquisas escolares. O jovem falou para OPAÍS momentos depois de ter assistido — isto ontem — aos ensaios de uma banda que vai abrilhantar a cerimónia de inauguração, a ser presidida pelo chefe de Estado.
Disse ter louvado os milhões de dólares gastos para a construção de um empreendimento daquela dimensão, porquanto jovens como ele vão ter a vida mais facilitada com a biblioteca posta à disposição. Maria Gabriel, também estudante, louva o facto de ter sido construído, na sua província, um centro de formação da dimensão do CEFOJOR.
Gabriel sonha em ser jornalista e, por isso, pensa ter encontrado uma oportunidade única para materializar um sonho de anos. “É um grande trabalho. O CEFOJOR dará oportunidade àqueles que queiram fazer algum tipo de formação, como eu, por exemplo, que quero fazer jornalismo, para mostrar ao mundo aquilo que realmente eu sei fazer”, justifica.
CEFOJOR atende à região central de Angola
O PR inaugura ainda o Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR) para cuja construção e, consequente, apetrechamento o Estado desembolsou cerca de 38 milhões de dólares, a pensar justamente na formação de quadros, conforme explicou o director do CEFOJOR, Ikuma Bamba. O responsável salienta que o centro, equipado com meios tecnológicos de ponta, nasce com a perspectiva de atender, para além do Huambo, às províncias circunvizinhas, nomeadamente Benguela, Bié, Cuando Cubango e Huíla.
“Por aquilo que se vê aqui, não há problemas em afirmar que é um investimento bom do Estado, se olharmos para o valor e o resultado. Nós temos aqui infra-estrutura que pode provar que, efectivamente, o Estado fez um bom investimento”, realça. O CEFOJOR conta com 16 salas de aulas e cada uma com capa- cidade para absorver 30 alunos, laboratórios (estúdios) de rádio, televisão, imprensa (escrita), fotografia e um estúdio de música.
De entre outras valências, o empreendimento social dispõe ainda de auditório com capacidade para acolher 300 pessoas, restaurante para o mesmo número de pessoas, 80 quartos para casos de formação em regime de internato, seis casas de passagem, para além da infra-estrutura que acolhe a “digital.ao”. “Não nos devemos queixar é de falta de meios e condições. Condições aqui há: a infra-estrutura, qualidade da obra, investimento. Até que ponto te- remos estas condições exploradas no seu todo, isso depende da demanda. Estamos em crer que a estratégia que definimos para o efeito poderá não ser no imediato, mas a seu tempo podemos explorar ao máximo as nossas condições”, considera.
POR: Constantino Eduardo