A ministra do Ensino Superior, Ciência, tecnologia e inovação, Maria do Rosário Bragança, revelou, ontem, em Luanda, que a percentagem de mulheres a frequentar o ensino superior, no país, é inferior a 48 por cento do total de estudantes matriculados num curso de licenciatura
Os dados foram avançados pela governante, que falava à imprensa, depois de proceder à abertura da Jornada Março Mulher, em representação da ministra da Acção Social Família e Pro- moção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto. A titular da pasta acima mencionada encontra-se em Nova Iorque, a participar na 67ª Conferência sobre o Estatuto da Mulher.
Em seu lugar, Maria do Rosário Bragança disse que, apesar de não se ter ainda alcançado a paridade de género, nas instituições de ensino superior, o número de mulheres a frequentarem um curso de licenciatura tem vindo a crescer, significativamente, desde a última década. “Os números que nós temos dos últimos anos lectivos aproximam- se de 48 por cento, quer dizer que ainda não temos paridade de género, na frequência do ensino superior.
Mas, importa dizer que, na última década, se verificou um aumento significativo do número de mulheres a frequentar o ensino superior”, avançou. Relativamente à pós-graduação, esta auxiliar do Titular do Poder Executivo sublinhou que “a situação é mais difícil para as mulheres”, quando se pretende referir à percentagem de presença do género em cursos desse nível académico, que é de cerca de 24 por cento.
Por outro lado, a governante frisou que o número de mulheres docentes com títulos de mestrado e de doutoramento tem dado sinais animadores de crescimento. No entanto, lamentou o facto de a sua representatividade continuar a ser bastante reduzida, nos órgãos de gestão de instituições do ensino superior. “Isso reflecte o Estudo sobre o Estado da Pós-graduação em Angola, publicado em 2021. O estudo demonstra que os obstáculos de várias ordens da condição de mulher, ainda discriminada e com muitas barreiras por ultrapassar, fazem com que se reduza a sua capacidade de presença, noutros patamares”, explicou.
Desenvolvimento sustentável passa pelas mulheres
Maria do Rosário Bragança acredita que o alcance do desenvolvimento sustentável passa, substancialmente, pelas mulheres, sendo, por isso, necessário que se redobrem os esforços, a fim de se criar um ambiente que promova a sua plena participação, nas tomadas de decisões através do desenvolvimento das suas capacidades. Para este fim, a governante disse que o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) decidiu criar um contexto educativo e social informal, com a finalidade de que as raparigas sejam informadas e encorajadas a utilizar as novas tecnologias digitais de forma consciente e saudável.
A ministra explicou que se pretende, com isso, estimular o aprendizado por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), e contribuir para que adquiram consciência das infinitas possibilidades de acesso ao conhecimento, o que permite um melhor desenvolvimento pessoal. Para a governante, a área digital é um sector transformador, na medida em que oferece oportunidades, para que as mulheres prosperem, no mundo do trabalho, e aumentem o seu engajamento cívico e politico.
No presente ano, a Jornada Março Mulher está a ser celebrada sob o lema “Por um Mundo Digital e Inclusivo: Inovação e Tecnologia para a Igualdade de Género”, facto que influenciou o país a definir o tema “Participação Activa das Mulheres e Raparigas nas Tecnologias de Informação Rumo à Prosperidade Social”, para as actividades, que vão marcar este mês. Participaram nesta actividade, a secretaria de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, a directora Nacional para as Políticas Familiares do MASFAMU, Santa Ernesto, deputadas à Assembleia Nacional, membros do Governo central e provincial, e do corpo diplomático acreditado em Angola.