A polícia deteve, preventivamente, seis agentes que estiveram envolvidos na operação, que originou a morte do inspector-chefe Francisco Mango Calombo, levada a cabo com intuito de desmantelar uma rede criminosa, no bairro da Bela Vista Baixa, município de Benguela, no dia 30 de Dezembro. Face a isso, alguns agentes da Polícia Nacional em Benguela manifestam-se preocupados com a insuficiência de coletes à prova de bala
O porta-voz da Polícia Nacional, superintendente Ernesto Tchiwale, confirma a detenção preventiva dos mesmos, mas prefere não entrar em detalhes, alegando segredo de justiça. “As suspeitas estão em torno do homicídio. Ele foi alvejado com um tiro”, respondeu o responsável, quando questiona- do pela rádio Benguela.
A morte deste oficial do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) está a descortinar problemas de insuficiência de coletes à prova de bala para algumas operações policiais, mor- mente na caça a marginais. Chocados com o assassinato do oficial ocorrido por volta das 15 horas, no decurso de uma operação, por disparo de arma de fogo, os efectivos advertem que ninguém devia participar de acções do género sem equipamento de protecção individual.
Alguns efectivos da corporação, em declarações ao Jornal OPAÍS, esclareceram que, em muitos casos, agentes há que são entregues à sua sorte em operações de desmatamento de supostos grupos de marginais. Em condições normais, esclarece um oficial da Polícia Nacional, ninguém devia ir a uma operação sem colete à prova de bala, mas a falta de logística tem concorrido para que agentes fiquem expostos a risco de vida.
Sob anonimato, com medo de sofrer represália, um agente diz ser imperioso que a delegação provincial do MININT em Benguela leve esse assunto às instâncias superiores, uma vez que, segundo ele, essa se manifesta incapaz.
Nos dias que correm, sustenta a fonte, alguns grupos de supostos marginais andam armados e, em caso de tiroteio, os polícias arriscam-se a perder a vida. “Nós não temos equipamentos, não há coletes à prova de bala.
Em condições normais, meu mano, ninguém sairia à rua em operação sem um colete à prova de bala. Olha, há mortes que podiam ser evitadas, caso se olhas- se para essa componente”, la- menta um oficial, para quem, assim como a Ordem Pública, o SIC vive, igualmente, o mesmo problema.
Uma informação já confirma- da por este jornal junto de fontes daquela instituição afecta à De- legação do MININT. Elas falam em insuficiência de coletes à prova de bala e, por conta da qual, se tem sujeitado a alguns riscos. “Quando tu vais a um bairro, só tu e Deus. A tua família só sabe que tu saíste. No local, tu corres sérios riscos, e os coletes são importantes.
Nestes 16 anos de Polícia Nacional, não me recordo de ter recebido um colete”, reclama uma agente. Contactado por este jornal, numa curta declaração, o porta-voz da Polícia, Ernesto Tchiwale, esclareceu que os coletes são fornecidos principalmente a agentes envolvidos em operações.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela