A Maternidade Lucrécia Paím (MLP) registou a redução do índice de mortalidade materna, de mil por cem mil nascidos vivos em 2017, para seiscentos por cem mil em 2022, informou, esta quinta-feira, a directora geral da instituição, Lígia Alves
A directora, que discursava na abertura das VII Jornadas Científicas da MLP, apontou como principais causas de morte a eclampsia descompensada, a sepsia pós aborto inseguro, bem como malária, HIV e a tuberculose pulmonar. Lígia Alves revelou que apesar da cifra, os casos de mortalidade ainda representam um grande desafio para a instituição.
O défice de recursos humanos, embora, desde 2017, terem estado a beneficiar de quadros, frutos dos concursos públicos, foi igualmente referenciado pela directora como situação que merece mudança de paradigma. Para si, a maternidade está, deste modo, em posição privilegiada para uma ampla discussão sobre os desafios da sustentabilidade nas fronteiras do conhecimento à volta da saúde materna.
Por outro lado, referiu que a mortalidade neonatal é de 70-75 por 1000 nascidos vivos, enquanto 90% dos partos são prematuros. Informou que , nos últimos cinco anos, foram realizados 32 mil partos, à razão de 100 por dia, com uma taxa de 40 por cento de cesarianas.
Nesta mesma altura, registaram 63 mil consultas externas e 60 mil no banco de urgência. Relativamente aos cursos de pré-graduados e pós- graduação para enfermeiros e especialização de médicos, disse estarem a bom ritmo e a beneficiar muitos quadros . Actualmente têm como formandos 86 parteiras, 45 analistas e 52 técnicos de instrumentação.
Durante dois dias, os técnicos vão, entre outros temas, abordar aspectos éticos e deontológicos no quadro da humanização, pelo que apelou os presentes a se dedicarem para o alcance dos padrões de qualidade e de um sistema de saúde resiliente.
Com mil 127 trabalhadores, sendo 99 médicos, 461 enfermeiros, 248 técnicos de diagnóstico, 224 pessoas de apoio e 75 de regi- me administrativo, a Maternidade atende 200 a 250 pacientes/dia. Sob o lema “ Competência e compromisso no cuidado à saúde da mulher e do neonato”, as jornadas científicas visam a partilha de conhecimento e a troca de experiência através de palestras, mesas redondas, simpósios e apresentação de casos clínicos.