Romualda Dias dos Santos, até então tida como principal suspeita do alegado crime de que teriam sido vítimas o seu esposo e o seu enteado, de 3 anos, perdeu a vida, ontem, também vítima de envenenamento, segundo familiares.
POR: Romão Brandão
Quase uma semana depois da morte do marido, Guilherme Dias da Graça, de 34 anos, e do enteado Álvaro Figueiredo da Graça, de 3 anos, por, supostamente, terem ingerido comida envenenada, morreu, no último Domingo, Romualda Dias dos Santos, alegadamente nas mesmas circunstâncias. A jovem estava a ser acusada pela família do seu marido de ter colocado veneno no alimento por si confecionado, do qual comeram pai e filho, tendo estes sucumbido no local. Segundo Maria Arlete, mãe (e avó) das vítimas, que na altura conversou com o OPAÍS, há envolvência da nora nas duas mortes, porque quando chegou em casa do filho, ela (a nora) manteve a porta trancada e não a queria deixar entrar para ver o que lhes tinha acontecido. A sogra encontrou vómitos no chão do quarto, com cheiro a medicamento forte e, da boca do menino, sem roupa, saía espuma.
A família e todas as outras pessoas que estiveram no local desconfiam que seja veneno. A Polícia levou toda a comida feita e que os mesmos terão comido para as devidas análises laboratoriais. Até ao momento, a família espera pelos resultados da autópsia, para que se proceda o enterro dos dois corpos. Romualda esteve detida um dia, foi ouvida pela Polícia que investiga o caso, mas foi posta em liberdade até que se encontrasse novos elementos que provassem a sua autoria nas duas mortes. Entretanto, no Domingo, segundo uma sua tia, em entrevista a Rádio Luanda, Romualda terá perdido a vida por envenenamento, embora não faça sentido, para si, que tenha bebido do mesmo veneno.
Para a tia da jovem, o veneno, segundo o que lhe confidenciou Romualda, terá sido colocado no caldo feito pelo marido. Assim, ao que parece, depois de acusada, passou à condição de vítima, bem como o filho do casal, de um ano, que também está hospitalizado, supostamente por ter ingerido o mesmo caldo envenenado. “Ela não sabia, ela tinha acabo de sair do hospital e o marido ofereceu-lhe o caldo. Esperamos que a criança sobreviva”, disse.
Importa frisar que, ainda em entrevista ao OPAÍS, a família das duas primeiras vítimas disse que o crime terá sido premeditado, pois a jovem acusada não se deu, sequer, ao trabalho de buscar ajuda dos vizinhos quando o marido e o enteado estavam a desfalecer. Os vizinhos dizem não terem ouvido gritos, nem pedido de socorro. Aventa-se ainda a possibilidade de a jovem ter pensado apenas em matar o enteado e não o marido, pois a família também encontrou vestígios de ovo (cru) que, supostamente, Romualda tentou administrar ao marido, na esperança de que vomitasse o alimento envenenado. Agora, as duas famílias esperam pelo resultado da autópsia aos três corpos, para que se esclareça a causa das mortes.