Em declarações à ANGOP, a propósito, o coordenador da comissão de moradores do bairro Calohima, Mário José Augusto, disse que a população está agastada com a onda de criminalidade nos últimos dias.
Explicou que os marginais, que suspeita serem de bairros vizinhos, fazem assaltos nas residências, quer com arma branca quer de fogo. Por isso, o responsável defendeu a necessidade de a Polícia Nacional, através da Unidade de Reacção e Patrulhamento (URP), reforçar a sua presença no interior dos bairros, fundamentalmente na calada da noite, momento em que são realizadas as acções criminais. Disse que no seu bairro há relatos de cinco a seis assaltos a cada noite.
Já a cidadã Júlia Lumba, do bairro Azul 1, realçou a importância de se instalarem esquadras fixas ou mesmo móveis em alguns pontos estratégicos, já que a maior parte dos bairros da cidade estão interligados.
A jovem acrescentou já ter presenciado, várias vezes, pessoas a serem assaltadas até à luz do dia. Os delinquentes recebem telefones, perucas e outros pertences.
“Sair à noite daqui tornou-se agora num risco para nós, há muito que não nos sentimos seguros”, lamentou. Professora de profissão, Júlia Lumba descreveu o Cuito como uma das cidades outrora mais calma do país, o que já não acontece.
Sugeriu uma requalificação também das estradas, para que as viaturas da Polícia possam entrar no interior dos bairros sem sobressaltos. Nesse Sábado, o grupo de jovens bienos denominado “Os solidários” visitou uma família no bairro Azul 2, que foi vítima de assalto à mão armada na última Sextafeira (12). A visita visou prestar solidariedade à família que viu todos seus bens roubados por marginais que entraram na residência e levaram quase tudo.
Em declarações à ANGOP, Eunice Zacarias, um dos membros da família, explicou que seis homens arrombaram a porta de casa e ameaçaram todos com armas de fogo e retiraram o televisor, descodificador, mesa do centro, botija de gás, fogão, parte da louça, cobertores e outros bens.
Os marginais ainda obrigaram a senhora, que se encontrava com uatro filhos, a ajudá-los a carregar os bens para uma viatura. Comovidos com a situação, os jovens mobilizaram-se e ofereceram alguns bens, como roupa, cobertas, arroz, massa alimentar, açúcar, leite e uma botija de gás de cozinha. Euclides Fernandes, membro do grupo, destacou a importância do “Amor ao próximo” entre as pessoas.
“Os bens entregues foi o que conseguimos reunir com urgência junto dos nossos parceiros para acudir rapidamente esta situação”, disse. Assegurou continuar a mobilizar esforços para que nos próximos dias possam fazer a entrega de pelo menos um televisor e colchões.
Por sua vez, Maiza Teodoro, outro membro dos “Solidáros”, disse que souberam da situação por intermédio de um apela lançado nas redes sociais, em que o episódio comoveu a todos. Assegurou também a conjugação de esforços para que parte dos bens roubados o grupo possa repor em poucos dias.