Cerca de 200 médicos provenientes de diversas províncias do país estão a frequentar, no pólo de formação do Hospital Geral de Cabinda, o primeiro curso de pós-graduação em diversas áreas de especialização pro- movido pelo Ministério da Saúde.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse, no acto de abertura do ano lectivo de internato de especialização médica, que a formação especializada de médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico contribuirá no aumento do número de profissionais especializados nesta província, em particular, e no país, melhorando, assim, a assistência sanitária das populações. Para Sílvia Lutucuta, os recursos humanos constituem uma componente essencial do Sistema Nacional de Saúde, do sucesso da política do plano de saúde e do alcance dos objectivos e metas traçados.
“A componente gestão, desenvolvimento e recursos humanos do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário do Ministério da Saúde (PNDS) 2022/2025 visa o aumento substancial em quantidade e qualidade dos recursos humanos do sector da saúde para responder as necessidades e as expectativas da população em termos de saúde”, sublinhou Sílvia Lutucuta. Segundo afirmou, o Executivo tem realizado, nos últimos anos, um esforço particular na melhoria da assistência sanitária das populações, através do aumento do Orçamento Geral do Estado (OGE), investindo em infra-estruturas e na admissão de novos profissionais.
Referiu que durante o quinquénio anterior foram realizados os maiores concursos públicos da história da saúde em Angola, em 2018 e em 2019, com a admissão de 33 mil e 93 novos profissionais de todas carreiras. Deste modo, o país registou um aumento no número de médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e apoio hospitalar na ordem dos 35% da força de trabalho.
Cerca de mil e 446 médicos especialistas formados
De acordo com a ministra da Saúde, foram formados no país até Dezembro de 2022, cerca de mil e 446 médicos especialistas e neste momento encontram-se em formação em todo país cerca de 3 mil novos profissionais estando a especialidade de medcina familiar com maior número de formadores e formandos. A genecologia, obstetrícia, pediatria e medicina interna são as especialidades com maior número de formados e Luanda é a província que regista mais quadros em formação, seguida do Huambo, Benguela e Huíla.
Como resultado da nova estratégia de formação de especialistas na área da saúde, refletida no plano emergencial de formação pós-graduação, em vigor há dois anos, o Ministério da Saúde realizou outras tarefas consubstanciadas na criação do instituto de especialização em saúde, implementação da formação médica especializada em todo território nacional, o incremento do número de médicos em for- mação especializada, o aumento de unidades hospitalares com capacidade formativa, para além da implementação do programa de formação especialistas de medicina familiar nos municípios.
A instituição empenhou-se ainda na adaptação dos pro- gramas curriculares de formação da especialidade no contexto nacional, cuidados assistenciais da população, melhoria das condições de formação de especialistas nas unidades hospitalares, bem como na melhoria de condições técnicas existentes nas unidades mais antigas.
Condições criadas para a formação
O director do Hospital Geral de Cabinda, Walema Fonseca, a unidade onde vai decorrer a formação especializada, garante estarem criadas todas as condições quer de equipamentos quer de recursos humanos (formadores) para um universo de 22 especialidades. Deste número, segundo Walema Fonseca, 60 por cento das especialidades serão administradas na província de Cabinda, enquanto 40 por cento para outras especialidades terão uma formação complementar noutras unidades sanitárias da província de Luanda ou outras províncias que tenham outras valências que Cabinda não possuí.
Do ponto de vista de formadores, estão selecionados 70 professores de várias nacionalidades, 58 dos quais prestam serviços no Hospital Geral de Cabinda. A formação vai durar em média 3 a 4 anos e no fim o núcleo duro vai permanecer na província de Cabinda para dar continuidade ao processo de formação, enquanto os demais serão distribuídos em diferentes unidades sanitárias do país. “O número que será formado em Cabinda, em algumas especialidades, está muito acima da demanda que a província precisa, por isso, outros médicos serão encaminhados para outras unidades do país”, garantiu Walema Fonseca.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda