Os gestores de recursos humanos da Polícia Nacional de Angola (PNA) foram orientados, ontem, pelo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, a abandonarem a rotina de trabalho baseado, unicamente, nas ordens emanadas dos superiores hierárquicos, e a optarem por criar e apresentar ideias e projectos que façam alguma diferença
O governante fez este pronunciado, na cerimónia de abertura do I Fórum sobre Liderança e Desenvolvimento de Pessoas da Polícia Nacional de Angola, promovido pelo Comando Geral deste órgão e por parceiros sociais, no âmbito das actividades comemorativas do 47º aniversário da corporação, que se assinala a 28 de Fevereiro.
“Nesta matéria, apelamos os gestores de recursos humanos a trazerem ou levarem aos seus superiores hierárquicos, ideias e projectos susceptíveis de fazerem a diferença. Não se acomodem com a rotina. Não dependam apenas das orientações dos chefes. Sejais vós os promotores das políticas de gestão e desenvolvimento das pessoas”, orientou.
O governante adiantou que o tema do Fórum “remete-nos a dois elementos de valor inquestionável, nomeadamente a lide- rança e o desenvolvimento das organizações”, pelo que, disse, no desdobramento das forças policiais, quer estejam na via pública ou não, a presença do chefe de equipa, de pelotão, de companhia ou de batalhão é condição indispensável.
Adicionalmente, referiu que, no contexto da liderança do mundo moderno, o líder não deve depender apenas das orientações dos chefes, pelo contrário, deve ser criativo. Para o alcance desse desiderato, sublinhou que os que desempenham funções de chefia, mando e de direcção devem estar focados na corporação, nos seus membros, bem como na criação e inovação de estratégias e de ideias capazes de satisfazer as necessidades colectivas e individuais dos colaboradores. Para este auxiliar do Titular do Poder Executivo, é importante que se reflita sobre o que se deve fazer para motivar e tornar os efectivos mais coesos em prol da segurança pública.
Retenção de efectivos
Entre os demais assuntos, destacou a matéria relacionada com os critérios de atracção e retenção dos melhores quadros, tendo dito que a disputa é permanente, de tal modo que ficam com os melhores quadros as instituições que adoptem políticas e estratégias eficientes de captação e retenção. Eugénio Laborinho disse que esta realidade é patente no ministério que dirige, e, em especial, na Polícia Nacional, nos quais, para manter os melhores, se recomenda a criação de condições que permitam a satisfação e desenvolvimento dos respectivos.
O que quer dizer que é preciso que os gestores dos efectivos transmitam que nem todos podem ter ao mesmo tempo um de- terminado posto ou função, uma vez que, também, a hierarquia policial pressupõe a existência de agentes, subchefes e oficiais a vários níveis. “O que determina a mudança de posto é a diuturnidade, o resultado da avaliação que se faz, a cobertura financeira e a necessidade operacional”, informou. Neste sentido, disse ser preciso que os critérios de progressão na carreira sejam sobejamente conhecidos por todos; que as avaliações de desempenho sejam periódicas; e que os avalia- dos tomem conhecimento dos seus resultados.
“Pois, isto fará com que cada um saiba se pode ou não beneficiar da progressão, a fim de se evitar especulações”, avançou. Nesta actividade foram discutidos conteúdos com foco na gestão do capital humano dentro dos critérios técnico-científicos. Participaram do evento, secretários de Estado do Ministério do Interior, o comandante-geral da PNA, titulares dos órgãos Executivos directos, e membros do Conselho Consultivo do MININT e do Comando Geral da Polícia Nacional.