A província de Cabinda conta com um potencial considerável de recursos minerais, apresentando números aliciantes na indústria extractiva do país, que se reflectem, neste momento, na exploração do petróleo, ouro e minerais de construção civil, como o burgau, areias, pedras, dentre outros
Dados revelados pelo Instituto Geográfico de Angola, referem que Cabinda possui um total de 62 depósitos de minérios já descobertos, cujo levantamento geológico identificou 16 (dezasseis) ocorrências minerais, dentre as quais nove de metais nobres, quatro de minerais não metálicos e três pequenos depósitos de minerais de construção.
Dentre os recursos minerais identificados na província destam-se o ouro, fosfato, asfalto, cobre, ferro, manganês, potássio e urânio, dentre outros.
Este ano, começa a exploração do fosfato na mina de Cácata e a produção de fertilizantes para apoiar o sector agrícola.
Para avaliar as potencialidades da indústria extractiva da província e estudar os mecanismos que visam melhorar a sua exploração, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás promoveu, na cidade de Cabinda, em parceria com o Governo local e operadores mineiros um workshop sobre a matéria, bem como os preceitos de expediente administrativo para autorga de direitos mineiros.
No encontro, foi apresentado o potencial geológico da província de Cabinda, o ponto de situação sobre as actividades e projectos do sector dos recursos minerais, o projecto de exploração de fosfato e do ouro no município de Buco-Zau.
No sector do petróleo e gás, os participantes avaliaram o ponto de situação sobre os postos de abastecimento e capacidade de armazenagem de combustíveis em Cabinda, as actividades do sector do petróleo e gás na província, bem como a presença da Sonangol em Cabinda.
A Gemcorp, principal investidora da refinaria de Cabinda, apresentou os actuais níveis de execução do projecto, enquanto a Chevron explicou, detalhadamente os projectos de exploração e produção do petróleo e o conteúdo local em Cabinda.
O grau de implementação do processo de transferência de competências dos recursos minerais, petróleo e gás aos governos provinciais, os procedimentos de autorga de direitos mineiros, bem como a segurança, emergência e protecção do ambiente nas actividades mineiras e o procedimento e processo administrativo no âmbito das transgressões do Código Mineiro foram, igualmente, assuntos debatidos no encontro.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, afirmou que a pretensão do sector é desenvolver esses recursos minerais com melhor qualidade para o benefício das comunidades, da província e do país, bem como criar maior equilíbrio e respeito ao meio ambiente.
“É assim que, no âmbito desse alinhamento, pretendemos trabalhar com os governos provinciais.
Estamos aqui, hoje, para fazer a apresentação do potencial desta província, passarmos em revista os projectos de prospecção que estão a ser desenvolvidos e as perspectivas que já temos para o início da actividade mineira em Cabinda”, referiu Diamantino Azevedo.
Em relação ao sector dos hidrocarbonetos, segundo Diamantino Azevedo, o objectivo é fazer uma revisão aos projectos em desenvolvimento e os que se encontram em perspectiva de modo a adequa-los à questão da criação de empregos qualificados para a juventude, bem como conferir um valor acrescentado aos recursos minerais e petrolíferos explorados em Cabinda.
“Estamos muito preocupados com a formação e com a criação de empregos. Sabemos que não é característica principal da indústria extractiva a criação de muitos empregos quando comparado com a magnitude e intensidade do capital necessário, com o seu prazo de maturação e com risco nessa indústria”, sublinhou o governante.
Garimpo de ouro
A governadora provincial de Cabinda, Mara Quiosa, manifestou preocupação com a actividade de garimpo de ouro que se desenvolve nos municípios de Buco-Zau e Belize, Norte da província, por cidadãos nacionais e estrangeiros.
“Queremos junto do ministério da tutela encontrar formas para mitigar esse fenómeno”, frisou Mara Quiosa.
Segundo a governadora de Cabinda, fruto da auscultação realizada junto das populações dessas localidades torna-se necessário licenciar e legalizar as pequenas empresas para o exercício da exploração de ouro, porque “boa parte dos nossos jovens nestes dois municípios vivem e sobrevivem dessa prática.
” Acrescentou que“Vamos ajudálos a estar dentro da normalidade, a estarem mais organizados e com ajuda desse sector continuarem a sustentar as suas famílias.
” Segundo Mara Quiosa, o projecto da refinaria de Cabinda está a criar muita expectativa no seio da população, porque vai trazer maisvalias ao desenvolvimento da província.
“Vamos sentindo alguns sinais sobre essa importante obra para a província, essencialmente naquilo que à empregabilidade diz respeito.
A refinaria de Cabinda, para além de toda robustez que deverá trazer para o sector económico do país, vai empregar muitos jovens da nossa província.