Milhares de alunos que estudam em escolas precárias, na província de Benguela, vão continuar a ver melhoradas as suas condições de aprendizagem graças ao projecto de construção de salas de aula definitivas, soube a ANGOP
Em causa está um programa de construção de salas de aula em escolas já existentes na província de Benguela, onde cerca de 300 mil alunos continuam a ter aulas em espaços sem condições mínimas de funcionamento.
Até 2027, o Governo Provincial de Benguela prevê construir e apetrechar 231 escolas, o que permitirá criar mais de 3 mil novas salas de aula para mais de 200 mil alunos na região.
A meta das autoridades é a de reduzir de 47 por cento para 22 por cento o peso das salas precárias existentes na província, além de melhorar a qualidade de ensino.
O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, disse que o projecto, delineado para mais de um ano, foi remetido ao Presidente da República, João Lourenço, que, por seu lado, deu “luz verde” para a sua implementação.
Segundo o governante, o Presidente da República arranjou um “plafond” para o projecto, que tem como finalidade tirar as crianças das salas de chapas através da recuperação de escolas precárias, sobretudo nos municípios do litoral.
Falando recentemente à imprensa, após entregar 22 novas salas de aula em duas escolas primárias, Luís Nunes reiterou a meta de substituir paulatinamente as salas de chapas por estruturas convencionais, para melhorar as condições de ensino das crianças.
Conforme explicou, o Governo vai trabalhar para resolver os problemas das populações precisamente nos sectores da educação e da saúde, que apresentam enormes desafios.
“As primeiras unidades que entregamos já prontas permitiram retirar as crianças das salas de chapas”, indicou Luís Nunes. É que, para o governador, não é salutar a existência de salas de chapas no casco urbano das duas grandes cidades do litoral da província, nomeadamente Benguela (sede) e Lobito.
“Não estou a dizer que não tenhamos [escolas precárias] em toda a extensão da nossa província”, reconheceu, afiançando que, aos poucos, o Governo vai entregando todas as salas prontas para ficarem à disposição dos alunos e professores.
“Os professores a darem aulas naquelas condições, a 40 graus celsius, aqui na nossa zona do litoral. Quem pode aprender assim?”, questionou, numa clara alusão ao intenso calor que se faz sentir nas salas de chapas.
A par disso, o governador de Benguela sublinhou outros desafios, como a existência de 200 mil crianças fora do sistema normal de ensino, e por isso a necessidade de construir mais salas de aula.
Por seu turno, o director do Gabinete Provincial de Educação, Edmundo Salupula, aplaude a iniciativa, pois vai permitir diminuir o número de crianças que estão a estudar em condições precárias e admitir novos alunos.
O gestor admite que o número de salas precárias ainda é acentuado, apesar do trabalho do Governo para mudar o quadro. “Acreditamos que, a continuarmos com ritmo, poderemos minimizar essa situação negativa”, notou.
Saúde O governador também destacou a entrega dos blocos operatórios dos Hospitais Gerais de Benguela e do Lobito, no quadro da aposta das autoridades em melhorar a assistência sanitária às populações.
Quanto ao edifício do Hospital Geral do Lobito, que apresenta sinais de degradação, o governador reconhece o problema e garante que vai ser recuperado paulatinamente.