Faltando apenas 72 horas para a comemoração do dia de Natal, as principais ruas e avenidas da capital do país apresentam-se com escassas luzes, uma realidade que nos últimos anos tende a ganhar espaço.
POR: Milton Manaça
Nem mesmo o imponente edifício da Sonangol e a sede do Banco Nacional de Angola (BNA), que em tempos idos transformaram-se nos principais centros de ornamentação da estação natalícia, com os tradicionais adornos e enfeites típicos do Natal, foram poupados. No exterior da casa-mãe da nossa petrolífera, nada indica que estamos a bordo da quadra festiva, tudo porque não lhe foram colocados os habituais festivais de luzes e cores, luzes em formato de estrela e outros, esbanjando brilhantes multicolores e outros motivos costumeiros da época.
Num perímetro considerável da Avenida 1º Congresso do MPLA, por exemplo, nem sequer um requinte foi colocado, uma realidade também constatada em demais artérias da baixa da cidade. Perante tal cenário, as inevitáveis comparações já pululam entre os cidadãos que descrevem a actual conjuntura económica como o principal factor desta curva descendente na beleza da cidade em época da natalina.
O jovem Francisco Lourenço afirmou que tal cenário já era esperado, atendendo que nos últimos anos o Executivo tem procedido a cortes em diversos sectores e estabelece prioridades. “Basta notar que mesmo na função pública, alguns funcionários ainda não receberam os seus salários do último mês, o que demonstra que temos dificuldades para cabimentar a compra de enfeites para o Natal”, constatou. A cidadã que se identificou como Paula, partilha a mesma opinião, tendo referido que tal como ela, vários luandenses encaram a situação com a maior normalidade.
Na ronda efectuada por este jornal no centro da cidade, verificouse que luzes do Natal estão em muito poucos locais, como são os casos do Largo da Independência, o edifício do Governo Provincial e toda a Marginal de Luanda. Todavia, registou-se uma redução considerável no aparato de enfeites colocados nos três recintos, sendo o presépio o que mais chama atenção naqueles três locais. Já na Marginal, a iluminação limitouse à ornamentação das palmeiras e a uma árvore gigante. Note-se que a débil ornamentação dos principais pontos da cidade é uma tendência crescente nos últimos anos.