De acordo com Luísa Grillo, ministra da Educação, trata- se de um programa muito importante para o país. O Planaleitura, como é chamado, visa criar à sociedade angolana, de modo geral, o hábito de leitura, uma vez que, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), há ainda um baixo nível de hábito de leitura na população.
A responsável, que falava nesta quarta-feira, 10, em conferência de imprensa no acto de apresentação do referido plano, manifestou que muitas pessoas só lêem quando têm necessidade. A título de exemplo, disse que muitos alunos ficam mais preocupados em desenvolver a leitura quando se aproxima o período das provas, e outros quando precisam de alguma coisa.
“A leitura alimenta o espírito, a alma e enriquece as pessoas. A leitura é um exercício muito importante, é uma actividade que todos deveriam abraçar e praticar”, defende. Considera que não exige esforço, cada um pode e deve ler por prazer, para relaxar e buscar mais conhecimentos sobre o país e o mundo, na medida em que o livro ajuda o seu leitor a viajar e conhecer espaços geográficos para onde nunca se foi.
A ideia é que o livro seja um amigo das crianças, de todos os tempos, seja de poesia, romance ou uma narrativa pequena. De acordo com a fonte, a internet não substitui um livro e com o Plano Nacional de Leitura pretende mostrar que o livro jamais será substituído. Embora tenha reconhecido a existência de livros online ou digitais, defende que o livro físico é insubstituível.
“Quando lemos interiorizamos através de todos os sentidos, por meio da visão, do tacto, e até através do gosto, pode-se saborear uma boa leitura”, sublinhou. O plano em questão, dada a sua abrangência, contempla também a criação do hábito de leitura aos não visuais. O programa de auscultação a nível da província de Luanda teve início ontem, e aguardam pelas contribuições das demais províncias.
No dia 25 do corrente mês, serão apresenta- das as contribuições gerais na escola Mutu ya Kevela. A iniciativa está aberta para todos os departamentos ministeriais, as direcções de escolas, a União dos Escritores Angolanos (UEA), professores, alunos, encarregados de educação, pesquisadores, entre outros interessados.
Manifestou que contam com um apoio de financeiro, sem precisar o valor, porque a ideia é que haja também maior produção de livros e que os preços sejam acessíveis para todos, uma vez que o país tem algumas gráficas que podem dar o suporte necessário ao programa. Outro desafio, não menos importante, prende-se com a disponibilização de livros em línguas nacionais que o plano vai contemplar, para permitir que as línguas de origem não fiquem no esquecimento.