O presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Francisco Teixeira, pensa que, antes de se pensar em investir na qualidade do ensino geral, a construção de mais escolas, tanto do ensino geral como superior, deve ser a prioridade do Estado para se enquadrar todos no sistema do ensino. Só depois de se obter a quantidade se pode pensar na qualidade, segundo o líder associativo
Reagindo ao possível aumento das propinas no ensino privado, assim como o facto de a ANEP ter como sugestão o custo de 20 mil kwanzas para cada aluno do ensino primário, que o Estado deve investir mensalmente, com intuito de equilibrar a qualidade do ensino público com o privado, o líder do MEA defende que a prioridade deve ser outra.
Segundo o presidente do MEA, Francisco Teixeira, ainda existem no país mais de seis milhões de crianças fora do sistema de ensino, razão pela qual a prioridade deve ser a construção de mais escolas, porque com o aumento da oferta se consegue tirar a qualidade que se pretende. “Qualidade quando não chega para todos não é qualidade, mas sim privilégio. Por agora, a educação tornou-se privilégio para um determinado grupo e outro não. A mesma situação ocorre no ensino superior ”, lamentou o presidente do MEA. De acordo com Francisco Teixeira, o ideal agora é começar da base, com a construção de mais escolas, desde o ensino primário ao ensino superior.
O Estado deve garantir educação a todos os cidadãos de forma gratuita até ao IIº Ciclo; investir dois dígitos para o sector da educação, como recomenda a UNESCO. Entretanto, o responsável reconhece que é possível ver alguma melhoria, sobretudo no fornecimento de material didáctico e carteiras a nível de algumas escolas. O MEA entende que o ensino privado é o ensino de elite, da vaidade, ou seja, num país normal os que recorrem a este ensino são, na sua maioria, que optam em tirar o filho do ensino público por falta de qualidade.