A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, disse, ontem, na província da Huíla, que o seu ministério está a trabalhar na elaboração de uma proposta do Plano Nacional de Acção sobre a Família em Angola, que de forma inter-sectorial, possa responder às várias situações que afectam as famílias em Angola
Comemorou-se, on- tem, 15 de Maio, o “Dia Internacional da Família”, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o objectivo de destacar a importância da família na construção de sociedades seguras, harmoniosas e devidamente estruturadas.
Por ocasião da data, a província da Huíla acolheu, ontem, a 24ª Sessão do Conselho Nacional da Família sob o lema “Família Fortalecida Sociedade Desenvolvida”. No encontro, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, reconheceu que actualmente é visível na nossa sociedade, o drama da desestruturação familiar, a perda de valores fundamentais como o respeito à vida, solidariedade, generosidade, honestidade, obediência e o diálogo.
Diante desses desafios, o Executivo, através do MASFAMU, “está a trabalhar na elaboração de uma proposta do Plano Nacional de Acção sobre a Família em Angola, que de forma intersectorial, possa responder às várias situações que afectam as famílias em Angola”. A governante acrescenta que, no âmbito da reforma da Justiça e do direito, está em curso o processo de revisão do Código de Família, que visa acompanhar a dinâmica da vida e defender cada vez mais os direitos das famílias.
Nos dias de hoje, deparamo-nos com o crescimento do fenómeno da fuga à paternidade e à maternidade, da violência sexual contra as crianças, mulheres e idosos, praticadas, em muitas ocasiões, pelos membros das próprias famílias, que, para a ministra, também constitui enorme preocupação. Não fica de parte o uso excessivo de bebidas alcoólicas por par- te de adolescentes e jovens, a falta de civismo, o desrespeito pelo bem-público e pela natureza, entre outros comportamentos e atitudes nocivas que prejudicam o bom ambiente familiar, pelo que deve-se dar um basta.
Apelar sobre a importância da família
O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) realizou, recente- mente, conselhos municipais e e provinciais da família, actos que contaram com o engajamento das diferentes instituições público- privadas, associações, igrejas e sociedade civil para reflectir e discutir sobre os vários problemas que afligem as famílias angolanas. Ana Paulo do Sacramento Neto acha este momento uma oportunidade ideal para reforçar a mensagem de união, amor, respeito, para que juntos possamos cultivar o espírito de tolerância e solidariedade necessários para o estabelecimento de uma boa relação entre todos os elementos integrantes das famílias.
“Devemos recorrer aos mecanismos à nossa disposição para que se apele à consciência da população sobre a importância da família enquanto núcleo vital da sociedade, discutir os seus direitos e responsabilidades; sensibilizar e promover os conhecimentos relacionados com as questões sociais, económicas e demográficas que afectam o bem-estar da família”, sublinha. O baixo nível de escolaridade, o desemprego, a pobreza, a falta de informação, a ausência do diálogo, a não valorização da pessoa idosa e a transmissão oral entre os membros da família, geram a crise de valores na família e na sociedade em geral.
Diante do quadro apresentado, a atenção do Executivo, segundo Ana do Sacramento, está centra- da no reforço das competências familiares, no resgate de valores e no empoderamento sócio-econó- mico das famílias, com particular incidência nas mulheres, adolescentes e jovens. Neste particular, o MASFAMU implementa no quadro do Programa de Valorização da Família e Reforço das Competências Familiares, acções de sensibilizações, por via do Projecto Jango de valores.
“No domínio do empoderamento económico das famílias foram realizadas campanhas de inclusão e literacia financeira, multiplica- dores das finanças pessoais, abertura de contas bancárias e atribuição de Terminais de Pagamento Automático (TPA)”, lembra. Para finalizar, disse que a estabilidade social, e o desenvolvimento de qualquer país depende muito da paz e segurança nas famílias, pois tudo começa na família. Por isso, sobre todos nós, enquanto pais, filhos, igrejas, or- ganizações não-governamentais e sociedade civil recai a obrigação de tudo fazer em prol do fortalecimento e desenvolvimento das nossas famílias para que possamos ter uma sociedade desenvolvida.