Os ministros da Saúde da SADC, reunidos em Luanda, mostram- se preocupados com o problema da malnutrição, por défice ou por excesso, em crianças menores de cinco anos, por acarretar consequências como doenças crónicas não transmissíveis — diabetes, hipertensão arterial, cancro e outras
Decorreu, em Luanda, a reunião anual conjunta dos Ministérios da Saúde e dos Ministérios Responsáveis pelo VIH/ SIDA da SADC, sob o lema “Acelerar a estratégia da SADC sobre saúde, direitos da saúde e direitos sexuais e reprodutivos, bem como a consecução dos objectivos de desenvolvimento sustentável”.
Durante a reunião abordou-se vários temas, como a malária e outras grandes endemias, não tendo passado de vista a questão de malnutrição em crianças, que constitui uma preocupação para os profissionais de saúde, na medida em que os seus efeitos colaterais podem ser fatais.
De acordo com a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, deve-se continuar a trabalhar na prevenção destes males, na medida em que a malnutrição em crianças menores de cinco anos tem um impacto muito negativo no desenvolvimento cognitivo das crianças. Considera importante a fortificação dos alimentos, como verduras, ovos, feijão e outros para acabar com este problema.
Por outra, a malnutrição que causa obesidade também é um problema, uma vez que traz consequências como doenças crónicas não transmissíveis — a diabetes, hipertensão arterial e o cancro. Na mesma senda, a ministra falou da malária, que constitui um problema de saúde pública em África, porque continua a ser a causa de morte de 95 por cento da população em toda a região.
Manifestou a sua preocupação porque 95 por cento das mortes são causadas pelas grandes endemias, de entre as quais a malária. “O combate cerrado terá que ser contra a malária, tuberculose, VIH/SIDA e agora também o combate com a malnutrição por excesso e por defeito”, disse. Foram feitas várias abordagens holísticas da tuberculose, bem como de outras doenças, olhando para os determinantes sociais da saúde.
Deste modo, considera que o tratamento transfronteiriço é importante, na medida em que se deve monitorar os pacientes quando vão em tratamento para outros países da região, para que se tenham conhecimento de que há alguns doentes com VIH/SIDA ou tuberculose, e que por isso devem ser vigiados.
Em relação aos medicamentos, há a necessidade de se estimular a indústria farmacêutica para que haja mais medicamentos, meios médicos, criação de vacinas, mas tudo isso associado a uma regulamentação robusta. Assim sendo, a ministra aconselha a compra agrupada dos fármacos para as doenças acima referidas, uma das coisas que o Ministério que dirige já tem estado a fazer, de modo a aumentar a qualidade e garantir a segurança dos medicamentos.
Melhorias significativas no combate ao VIH
Para o chefe de departamento de cuidados de saúde primária, Ketha Francisco, onze membros relataram taxas de parto na adolescência inferior a 100 por 1.000 adolescentes. “Nessa altura que estamos prestes a comemorar o Dia Mundial da Luta contra a SIDA, é especialmente gratificante saber que treze países na região da SADC relatam avanços significativos na conquista da meta global de redução de novas infecções por VIH”, disse, tendo admitido que doze países na região conseguiram atingir a sua meta de 2023, na redução de novas infecções pelo vírus.
Os resultados mistos na região dão conta que sete países atingiram a meta da SADC de reduzir a taxa de transmissão de mãe para filho, para abaixo de 5 por cento; no entanto, três países registaram aumentos na taxa de trans- missão de mãe para filho.
De acordo com o dirigente, a região realizou progresso significativo, porquanto se verifica uma melhoria na comunidade em todos os indicadores, até mesmo onde não haviam dado relatórios anteriores. Está-se a implementar educação no domínio de VIH e na sexualidade, de forma a reduzir-se a taxa de gravidez na adolescência e de novas infecções.
Ketha Francisco considera também necessários os esforços e investimentos na redução da mortalidade materna e neonatais evitáveis, tendo referido o asseguramento de adolescentes para que recebam o número recomendado de doses de vacina contra o HPV, antes dos 15 anos, bem como o combate à violência baseada no género.