Dos 150 utentes que acorrem no hospital municipal do Mussende diariamente, mais de 50 são casos relacionados com a malária. A unidade sanitária regista três a quatro mortes por semana por causa desta doença
A directora geral da instituição, Domingas Quintas, disse em entrevista exclusiva ao jornal OPAÍS que diariamente a unidade sanitária atende em média 150 pacientes, com doenças diarreicas agudas e a malária a se destacarem, seguidas das doenças do foro respiratórios. Daquele número de pacientes, mais de 50 estão ligados à malária, sendo assim a principal causa de morte, a par da anemia severa e enfermidades renais.
Apesar de não ter dados precisos de número de mortes registados nos últimos três meses, afirmou que, por semana, podem vir a reportar três ou quatro mortes por malária. Os serviços disponíveis naquela unidade são os de pediatria, medicina interna e estomatologia.
O hospital de Mussende tem os fármacos para suprir as necessidades que diariamente regista, “por agora a maior preocupação é o bloco operatório, que necessitamos com urgência, de modo a evitar as transferências de pacientes, tendo em conta que a unidade terciária fica muito distante”, segundo a responsável.
O referido hospital conta com 40 camas, dentre as quais 25 estão na área de pediatria e 15 na medicina geral. Apesar de registar diversas dificuldades, quer seja de recursos humanos ou equipamentos, o maior constrangimento é a falta de bloco operatório. Quanto aos recursos humanos, as necessidades têm sido supridas com os concursos públicos realizados no sector.
Actualmente, asseguram a unidade sanitária dois médicos e 58 enfermeiros. “Para atender a demanda, precisamos de pelo menos mais 100 técnicos, entre enfermeiros, médicos e alguns especialistas, sobretudo de cirurgia geral, obstetrícia e traumatologia”, frisou Domingas Quintas.