Uma delegação de alto nível do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e do Ministério do Interior está, desde a noite de Quarta-feira, na provincial da Huíla para se inteirar sobre as acusações que pesam contra o superintendente- chefe Alberto Amadeu Gonçalves Suana, director local desta instituição castrense.
Segundo apurou OPAÍS, os membros da referida delegação terão instaurado um processo disciplinar interno para aferir as responsabilidades do seu oficial superior, tendo em conta que a Procuradoria Geral da República (PGR) nesta província o constituiu arguido num processo que se supõe estar relacionado ao caso dos combustíveis.
Conforme noticiou este jornal, na edição de Terça-feira, Alberto Suana, director do Serviço Provincial de Investigação Criminal (SPIC) na Huíla, foi convocado às instalações da PGR local, Segunda- feira, 22, para prestar declarações, num momento em que o seu adjunto integra um grupo de 29 cidadãos que estão sob julgamento por presumivelmente terem desviado 123 camiões de combustível que serviriam a central térmica do Lubango.
No decorrer dos seus depoimentos, as autoridades judiciais decretaram que deverá permanecer em liberdade provisória sob termo de identidade e residência, bem como a proibição de ausentar-se da província. Por força deste “privilégio” que a lei concede aos cidadãos em conflito com a justiça, o superintendente- chefe Alberto Suana deverá apresentar-se periodicamente às autoridades judiciais, caso contrário será decretada a sua prisão imediata.
Contactado por este jornal, o porta-voz da Delegação do Ministério do Interior na Huíla, Manuel Halaiwa, não prestou informação alguma sobre o assunto. “Não entro em detalhes sobre a questão processual por estar em análise também aqui por uma delegação do Ministério do Interior”, frisou. Afirmou que tomou conhecimento de que o seu superior hierárquico se encontrava sob termo de identidade de residência por via da notícia divulgada pelo jornal OPAÍS.
No entanto, prometeu prestar mais informações sobre o assunto nos próximos dias. “Nós estamos a preparar uma comunicação sobre esta questão para publicar e, por assim dizer, clarificar tudo. Isso, por tratarse de um alto funcionário do Ministério do Interior a nível da província da Huíla”, declarou.
Acrescentou que a comunicação que será tornada pública vai abordar também o caso dos combustíveis, sem imiscuir-se nas provas em processo de julgamento. Referira-se que em declarações a este jornal, Terça-feira, Alberto Suana disse desconhecer caso algum em que esteja envolvido, assim como desmentiu que tenha sido ouvido pela PGR da Huíla. “Liguem ao nosso Gabinete de Comunicação e Imagem.
A pessoa que vos passou esta informação é que deveria ser precisa”, declarou. Recorde-se que este caso, que começou a ser julgado esta semana na 2ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal Provincial da Huíla, tem entre os 29 arguidos três efectivos do SPIC na Huíla, entre os quais o seu director-adjunto, superintendente Abel Tchombinda Waiaha, que se encontram detidos na unidade penitenciária da Polícia Judiciária Militar desde as 11:41h do dia 3 de Novembro. Segundo a acusação, o directoradjunto do SIC-Huíla é acusado de crime de peculato; concussão; tirada de preso e subtração de coisa depositada, previstos e puníveis pelos Artigos 313º, 314º,192º e 422 conjugados com o Artigo 421º nº 5, todos do Código Penal.
A mesma fonte adiantou que a sua prisão foi decretada pelo juiz presidente do Tribunal Provincial da Huíla, na sequência da leitura da acusação durante uma audiência de auscultação aos intervenientes no processo.