O presidente da Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP), António Pacavira, disse que as instituições têm estado a adoptar este caminho, porque o Executivo não consegue abastecer os colégios com os materiais correspondentes, e a educação não se faz com a mínima qualidade se não houver manuais.
Para António Pacavira, a falta de manuais dificulta o trabalho dos professores e, consequentemente, o processo de ensino e aprendizagem, o que prejudica os alunos. “Vivemos a reclamar, e anos atrás partimos para soluções. Encontra- mos uma alternativa legal, sublinho: legal, porque é autorizada pelo Ministério da Educação. Então, o ministério é quem autoriza a Plural a emitir cadernos de actividades. Nessa altura, tenho mais de 300 colégios que não receberam materiais escolares, e os que receberam, receberam incompletos”, disse.
O presidente da ANEP referiu ainda que os colégios não substituíram os manuais do MED por outros, no entanto, disse que as instituições que representa utilizam “cadernos de actividades”, que completam os livros, sendo estes instrumentos um dos défices registados nas escolas públicas. Avançou que os colégios querem fazer um trabalho diferenciado e, acredita, tem sido feito, pelas provas constantes na sociedade. Por isso, esclareceu, quando se fala de livro, ou de materiais, é preciso analisar o resultado que criam na aprendizagem dos aluno. “Para quem olha para o ensino privado de forma imparcial, vai perceber que o material da Plural impacta positivamente na qualidade da aprendizagem”.
MED não se pronuncia
O jornal OPAÍS procurou ouvir o Ministério da Educação sobre a suposta discrepância existente nos manuais fornecidos por esta instituição, em relação aos disponibilizados pela Plural Editores, mas não teve sucesso. Foi-nos obrigado remeter uma carta a solicitar uma entrevista, pelo que assim procedemos, e desde o dia 11 de Janeiro que aguardamos a resposta do Ministério da Educação.