Duzentos e 20 pacientes abandonaram o tratamento de tuberculose durante o ano 2023, no Hospital Provincial Sanatório, devido à falta de condições sociais e outros factores
A informação foi prestada, ontem, pelo director-geral da instituição, Baptista Manuel da Costa, realçando que a situação é recorrente e, comparativamente ao ano de 2022, registou-se um aumento de 142 casos, o que constitui preocupação das autoridades sanitárias da província.
Acrescentou que o baixo poder económico continua a ser a principal causa do abandono do tratamento, tendo em conta que o doente com tuberculose carece de alimentação saudável e a maioria não tem possibilidades de manter uma dieta adequada.
Apontou a falta de acompanhamento e de apoio moral por parte dos familiares, bem como o preconceito como outras causas.
Fez saber que a maior parte dos doentes que abandonaram o tratamento é a população penal da Comarca e Damba Penitenciária e dos bairros Carreira de Tiro, Maxinde, Catepa e Campo de Aviação, devido ao grau de vulnerabilidade e à pobreza a que estão submetidas.
Já os novos casos, realçou, reduziram 329, sendo que em 2023 foram registados mil e 386 contra os mil e 715 do ano 2022.
Relativamente às mortes, precisou que em 2022 haviam sido registadas 75, mais seis comparativamente a 2023. Disse que nesta altura estão internados 48 pacientes, tendo os demais recebido alta, a seguir tratamento ambulatório e abandonado.
Precisou que a unidade tem capacidade de 72 camas e enfrenta rotura de medicamentos, sobretudo para tuberculose, sendo que o stok não cobrirá as necessidades do mês de Janeiro caso não seja reforçado.
O hospital conta com 164 técnicos, entre enfermeiros, médicos e administrativos, cujo número é reduzido para atender a demanda de pacientes e fazer face à abertura, este ano, do gabinete de atendimento ao utente e o serviço de triagem. A unidade necessita de pelo menos mais cem técnicos.