A desobediência ao código de estrada é apontada como a principal causa de acidentes envolvendo os operadores de moto- táxi, segundo dados da Associação dos Moto-taxistas de Angola (AMOTRANG)
POR: Domingos Bento
Vinte e seis mototaxistas morreram e 188 ficaram feridos com sequelas graves, em consequência de 248 acidentes nas estradas do país no último semestre de 2017, revelou ontem a OPAÍS, o presidente da AMOTRANG, Bento Rafael. Segundo o responsável, grande parte dos acidentes foram registados na província de Luanda que, apesar de ser a cidade do país com maior número de campanhas e programas de sensibilização contra a sinistralidade rodoviária, continua a ser o centro de acidentes envolvendo os operadores de moto-táxi. Devido ao elevado número de habitantes e de vias rápidas, Viana, Cazenga e Belas foram os municípios que registaram o grosso de ocorrências.
Ainda no mesmo período, segundo Bento Rafael, registou-se igualmente o roubo de 107 motorizadas. Estas acções foram perpetradas por meliantes em períodos de grande movimentação e com recurso a armas de fogo. Devido a essa situação, muitos operadores de moto-táxi acabaram por perder a sua principal fonte de rendimento, aumentando assim as dificuldades sociais no seio das suas famílias. “De qualquer forma, nós, enquanto parceiros destes mototaxistas, temos vindo a apoiar os jovens que perderam os seus principais meios de trabalho.
Apoiamos naquilo que for necessário e temos vindo a manter contactos de forma a reaverem os seus meios”, frisou O presidente da AMOTRANG deu também a conhecer que a sua agremiação registou, até ao dia 31 de Dezembro último, 498 mil e 307 moto-taxistas que afiliaram- se à associação de forma a verem a sua actividade protegida.No seu entender, os mototaxistas estão a ganhar consciência de que o trabalho colectivo é uma mais valia, devido aos apoios e defesa dos seus direitos que são prestados sempre que a necessidade se impõe.
Sensibilização continua
Segundo ainda Bento Rafael, apesar das constantes campanhas de sensibilização levadas a cabo regularmente pela sua associação, muitos operadores de moto-táxi continuam a ignorar as regras de trânsito, adoptando comportamentos inadequados na via que acabam por pôr em risco de vida não só os próprios infractores como outros usuários da estrada. Apesar desta intransigência, a fonte avançou que a sua organização vai continuar a trabalhar e a intensificar as campanhas de sensibilização de forma a evitar que mais pessoas morram na via. Para o efeito, Bento Rafael defende o trabalho continuo entre as autoridades e a AMOTRANG de forma a responsabilizar com medidas disciplinares todos aqueles que desrespeitarem as normas de trânsito. “Somos os principais meios de transporte em muitas regiões do país onde não é possível a entrada de carros. Diariamente, em todo o país, transportamos cerca de 9 milhões de pessoas. Logo, o trabalho deve ser feito com responsabilidade para continuarmos a ter a confiança dos nossos usuários. Para o efeito, é preciso que haja prudência e responsabilidade de todos aqueles que estão na actividade”, concluiu.