Além das admissões, está prevista a actualização de categorias para os profissionais que há anos trabalham sem serem promovidos
Por: Afrodite Zumba
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA), Paulo Luvualo, afirmou ontem, a OPAÍS, que das cinco mil vagas disponíveis para o concurso público de ingresso no sector da Saúde, mil e 310 estão reservadas aos enfermeiros, em todo o território nacional. Deste número, mil e 110 lugares destinam-se a técnicos de enfermagem e 200 para enfermeiros licenciados.
“Este número seria ideal para uma província e não para o país inteiro, mas já é um bom começo”, referiu. O responsável reconhece que o número é insuficiente para suprir as necessidades do sector, uma vez que até ao dia 30 de Janeiro a referida organização tinha registo de nove mil e 486 associados que estão no desemprego.
Além das admissões está previsto ainda serem realizadas actualizações de categoriais para os enfermeiros com longo período de carreira, bem como para aqueles que aumentaram o seu nível de conhecimento. Entretanto, realçou que as mesmas serão feitas consoante os resultados das avaliações de desempenho.
“Serão priorizados os profissionais que durante três anos consecutivos tiveram uma nota de Bom ou Muito Bom”, disse Paulo Luvualo, salientado que o Ministério da Saúde está empenhado a fazer o levantamento para melhor distribuição das vagas. Importa realçar que recentemente a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, revelou à imprensa que para no referido concurso público, agendado para o próximo mês de Março, está previsto serem admitidos cerca de cinco mil e 85 profissionais, nomeadamente médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, terapeutas e pessoal de apoio hospitalar.
Segundo a responsável, as vagas foram distribuídas consoante o levantamento do perfil epidemiológico de cada região, bem como o número de profissionais disponíveis na rede sanitária de cada província. Deste modo, está previsto serem recrutados mil e 47 técnicos, na província de Luanda, 489 na Huíla, 432 em Benguela, 414 o Huambo, 361 no Cuanza-Sul, 297 no Uíge, 296 no Bié, 187 Cunene e 184 Malanje. Já nas províncias do Cuando Cubango e Lunda-Norte 182, Cabinda 153, Moxico 140, Lunda-Sul 122, Zaire 113, Cuanza-Norte 103, Namibe 95, Bengo 71.
Desta lista consta ainda que 216 são médicos especialistas. Pretende-se com isso, que o concurso seja realizado a nível dos municípios, de modo a que em cada região sejam admitidos médicos de especialidade. Esta medida, segundo a ministra, vai dar mais autonomia às unidades sanitárias, que não vão depender dos hospitais de referência. “Frequentemente as unidades de referência, principalmente neste momento em que o país enfrenta um surto de malária com alguma gravidade, registam muitas mortes, porque, ao nível da periferia, não há capacidade de resposta para resolver alguns problemas no município”, detalhou Silvia Lutucuta.
Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Pública, Cuidados Intensivos, Medicina Familiar, Pediatria, Medicina Interna, Cirurgia Geral, Anestesia e Ortopedia são as áreas que em que mais se investirá. Ao concluir, a ministra da Saúde alertou a população a recorrer apenas aos mecanismos legais para participar no concurso, de forma a não se deixar enganar por burladores que durante o evento ofereçam vagas a troco de dinheiro.
“Não precisam subornar ninguém. O concurso vai ser feito apenas pelo Ministério da Saúde, a vários níveis. As pessoas só têm que apresentar as candidaturas e concorrer”, disse.