Os dados foram avançados ao jornal OPAÍS e à Rádio Mais/Huíla, pelo Director Municipal da Saúde na Matala, Nicolau Camati, tendo acrescentado que os meses de Março e Abril são os de pico da doença no município, por conta dos charcos e da vegetação.
De acordo com o responsável da saúde, a malária constitui uma das principais preocupações das autoridades sanitárias naquele município, o que se agrava ainda mais com a inexistência de um hospital pediátrico na municipalidade.
Assim, o Hospital Municipal da Matala fica abarrotado, com as crianças internadas colocadas duas ou três numa única cama, o que dificulta ainda mais o tratamento da doença por parte das equipas médicas. “A maior parte dos doentes internados são crianças, daí a razão de termos algumas camas com mais de duas crianças. Mais vale fazermos este sacrifício do que mandar as crianças em casa por falta de espaço”, disse, sem adiantar o número de casos que foram à óbito.
Por outro lado, o director municipal da saúde revelou que a comuna de Capelongo é a que mais registo tem de malária. A par da malária, Nicolau Camati informou que a malnutrição em crianças com idades compreendidas entre os dois e os seis anos constitui igualmente uma preocupação da direcção. De acordo com o responsável, o desmame precoce e a gravidez na adolescência, constituem a origem da malnutrição que assola as crianças da Matala.
Falta médico pediatra
A falta de recursos humanos, com destaque para médicos especialistas, está a preocupar as autoridades sanitárias do município, que conta com uma rede sanitária composta por 25 unidades, dentre as quais se destaca o Hospital Municipal, que atende igualmente os municípios da Jamba, Chicomba e Kuvango. Em todo o município da Matala, o estatuto orgânico para o sector da saúde é de 1292 quadros, entre médicos, enfermeiros e pessoal de apoio hospitalar, porém, o município dispões apenas de 200 quadros.
“Neste preciso momento, tivemos a infelicidade de registar a saída do único médico pediatra que dispunha a Matala, fruto do término da sua relação laboral, uma vez que era de nacionalidade cubana. Neste momento, o Hospital da Matala não tem especialista de pediatria, temos sim, médicos de medicina geral”, revelou.
A falta de quadros, de acordo com Nicolau Cabinda, faz com que muitos postos de saúde espalhados nas comunas e bairros do município estejam apenas abertos no período diurno, o que tem estado a criar constrangimentos aos habitantes.
POR: João Katombela, na Huíla