O engenheiro ambiental, Francisco Lopes, considera que a nível da província de Luanda já tivemos mais áreas e superfícies que se podiam considerar de jardins botânicos
Exemplificou a zona da floresta localizada na Ilha de Luanda, um espaço que tinha interligação com a zona verde do Miramar, incluindo a da Maianga e a zona verde do Benfica – esta, por sua vez, interligava à cintura verde da cidade de Luanda. A interligação com a cintura verde de Luanda era uma faixa que compreende actualmente o espaço Kilamba e Kikuxi, até à zona de Catete. “Sem descorar a parte oeste da cidade que agora abrange o município do Cazenga e Cacuaco, realmente tínhamos boas e grandes superfícies que realimentavam a oxigenação da cidade de Luanda”, sublinhou Francisco Lopes.
Um parque botânico como tal, a nível da cidade de Luanda, nunca tivemos, mas sim jardim zoo- lógico, localizado na Ilha de Luanda. “Era um espaço muito limitado, onde os animais viviam em jaulas, sendo que actualmente esta prática é pouco admissível. Temos de pensar em zooparques para o meio urbano e eles podem ser construídos em espaços verdes”, sugere. A agitação da vida no casco urbano é uma das razões que faz com que o entrevistado defenda a existência de jardins zoológicos e botânicos, como sítios para o cidadão espairecer ou tirar o stress do dia-a-dia.
Os jardins botânicos contribuem para oxigenação ou reoxigenação das zonas urbanas, segundo o ambientalista, sendo que podem ser construídos nas encostas das cidades, nas linhas divisórias entre municípios, e são locais úteis para o lazer, desporto, assim como outras actividades lúdicas. A classe académica também pode aproveitar os espaços para desenvolver as investigações científicas, a flora, a fauna e a biodiversidade de espécies em extinção.
Quando se fala em erguer jardins botânico e zoológico, Francisco Lopes conta que a pretensão geralmente é feita com a construção de parques ou a preservação de espécies. As infraestruturas podem ser naturais, como podem ser naturalizados. “Conforme disse anteriormente, podem ser aproveitados os espaços das encostas das zonas montanhosas, faixas divisórias entre municípios, zonas de protecção e de curso de água”, disse.