As dificuldades na aquisição de combustível estão na base das constantes interrupções do funcionamento da central térmica de Belém, 10 quilómetros da cidade do Huambo, uma situação que se prolonga desde finais de Outubro.
O facto foi avançado ontem pelo governador da província, João Baptista Kussumua, ao justificar que tais dificuldades decorrem da contenção que deve ser feita dos recursos disponíveis, tendo em conta os problemas financeiros que o país ainda enfrenta.
Inaugurada em Junho, depois de quase cinco meses de instalação, as duas turbinas da central térmica do bairro Belém, que custaram 325 milhões de dólares, têm capacidade para gerar 50 megawatts. Entretanto, o governador do Huambo reconheceu que o funcionamento do empreendimento está aquém de responder às exigências do sector eléctrico, causando constantes restrições no fornecimento de energia eléctrica, principalmente nos bairros periféricos da cidade capital da província.
Em função da falta de combustível, explicou, foi implementada uma nova política de funcionamento da central térmica e na distribuição de energia de forma alternativa, no sentido de evitar no futuro, o agravamento dos problemas do sector eléctrico, tendo em conta a incapacidade de produção da barragem do Gove, considerada como principal fonte. Informou que, em termos práticos, para manter o funcionamento integral das duas turbinas são necessários cerca de 350 mil litros de combustível por dia, referindo, ainda, que os custos operacionais englobam também os equipamentos e a aquisição de outros meios necessários.
Quanto à barragem hidroeléctrica do Gove, inaugurada em 2012 para gerar 60 megawatts, o governador da província do Huambo considerou que a mesma, também, está muito aquém da sua capacidade, por atingir o seu maior nível de depreciação de água. Neste momento, informou, a sua albufeira possui 1.570, 55 metros cúbicos de água, quando o desejável seria, no mínimo, 1.572, estando a produzir, por isso, pouco menos de 10 megawatts.